terça-feira, agosto 15

DECADÊNCIA


DECADÊNCIA

No início era um nada, vazio.
Aos poucos chegaram as letras; elas pingavam, feito chuva, num dia de calor,
Refrescavam a alma.
E eram muitas, todas as horas, todos os dias, faiscavam de lado a lado sem parar,
Eram de um romance sem igual.
O amor estava ali escancarado, pelado, pra quem ousasse enxergar.
Não nos deixava dormir, comer, sofrer!
Nossa vida era só amor, mas, como em dias de tempestades...
Veio a bonança.
Letras pensadas, sentidas!
A freqüência diminuía, mas a qualidade aumentava.
Quando choviam era só alegria, satisfação, poucas gotas já refrescavam o coração.
Mudou a estação e a chuva diminuía ainda mais, agora somente gotas esparsas,
Esperadas com ansiedade e pontas de tristeza.
E o tempo passou, as chuvas eram esperadas, mas tardavam,
As gotas eram poucas e pequenas, quase não molhavam mais nada.
Secavam no ar antes de tocar o solo, que tristeza observar isto.
Hoje não há mais chuvas, raramente caem gotas,
Que mais parecem vapor, minúsculas, mal chegam a ser sentidas.
Encontram o rosto encharcado de lágrimas e, aos poucos morrem;
A chuva, as gotas, as letras.
Mas e o amor?
Este está ali ainda nas nuvens, esperando uma forte trovoada!

VERA VILELA - 19/09/2005 - 14:07:38

Um comentário:

Anônimo disse...

Traduz tudo, héin???! Belíssimo!
Bjks =^.^=