quarta-feira, abril 1

MÃE - GGV

MÃE.

(Poema escrito por meu irmão Gilberto Gonçalves Vilela em 1971)

Mãe !
Substantivo comum
mais do que comum
sem discriminação
de raça ou de cor
mãe é sempre mãe !

Mãe !
Feminino singular
quão singular
um misto de amor e carinho
numa face que nunca envelhece
num sorriso que nunca entristece
mãe, sempre mãe !

Mãe !
monossílabo tônico
que toca os ouvidos
do mais simples ser humano
que atravessa paredes
que remove montanhas
mãe, sempre mãe !

Mãe !
Vocábulo de tanta flexão
termo com tanta função
síntese de toda expressão.

Minha mãe !
Lembro-me ainda perfeitamente
de tuas mãos,
pesadas de responsabilidades
calejadas de tanto serviço
e, ao mesmo tempo,
ternas de afetividades.
Sinto ainda hoje
distante no tempo e no espaço
o seu contato carinhoso
apoiando-me no solo
e ensinando-me a caminhar.
E venceste minha mãe,
ensinaste-me os primeiros passos
que eu multipliquei por cem
por mil e continuei a multiplicar
cada vez mais, sempre mais;
e tão boas foram tuas lições
que hoje caminhei para longe
para muito longe.

Já não posso tocar tuas mãos
não posso ouvir a tua voz;
não posso, sequer, sentir tua presença.
Eu progredi muito em tuas lições, minha mãe,
desenvolvi tanto os teus ensinamentos
que me afastei de ti.
Hoje estamos separados, mãe;
em caminhos tão distantes
com linguagens tão diferentes.

Talvez agora
eu possa ensinar-te muitas coisas
de mim, do mundo, da vida.
Mas que vida ?
Mas que mundo ?
Mas que eu ?
Se foste tu, mãe,
que no pouco que deste
me deste tudo:
o EXISTIR !

Gilberto, 07.05.71.

Meu pai Antonio, Gilberto e minha mãe Nilza.

2 comentários:

Mariñaaa disse...

Lindo! Ambos, foto e poema.

Anônimo disse...

Rosa disse .........Lindo!!!!!!!!!!!!! semcomentários e ainda falam que DEUS não existe . Tudo isso é prmitido por que Deus permite.