quarta-feira, fevereiro 28

QUE DÓZINHA!

Idoso passa três meses regando árvore de plástico

Dois idosos de Monte Alto, a 353 km de São Paulo, tiveram uma decepção após plantarem uma árvore em um canteiro da cidade. Depois de três meses, eles descobriram que o suposto vegetal era de plástico. "Achei que ia virar planta", diz o comerciante Domingos Alves, 60 anos.
Junto com o amigo, o também comerciante Alceu Colevate, 70 anos, ele havia achado a árvore abandonada ainda em 2006, e decidiram fazer uma boa ação. Os dois replantaram a planta no canteiro do mercado municipal da cidade.

Passados três meses, a árvore não cresceu, não floresceu, nem murchou. Mesmo assim, ambos continuaram cuidando dela. Somente depois de um vendaval que arrancou muitas "folhas", no fim do ano passado, eles perceberam que se tratava de uma planta artificial.

"Fiquei decepcionado", diz Alceu. "Apavorei. Fiquei chateado", completa Domingos. Por conta do episódio, os dois passaram a ser conhecidos como "ecologistas artificiais" na cidade.

Depois, os amigos resolveram refazer a boa ação e plantaram uma nova planta. Desta vez, juram, é de verdade. "Se quiser, mostro até a semente", afirma Alceu.

Redação Terra

A REVOLTA DAS MÁQUINAS

Caraca viu!
Marieta está sem micro, ele se rebelou e tirou férias, como viver sem ler o blog da Parla? Buááááá´
Meu micro está capenga, às vezes só inicia teclando no F2 e acertando data e horário, ele começa o dia em Janeiro de 1.601, aí faz um monte bips estranhos, parecem códigos. Coisa estranha, será alguma indicação de vidas passadas ou será alguma tentativa de contato de seres extraterrestres?

Agora ele também se recusa a passar vídeos, nem com reza braba isso acontece.
O problema do micro X mulher é mais ou menos parecido com carro X mulher. A gente dirige perfeitamente, mas o funcionamento da máquina é uma incógnita, não sei nadica de nada de como resolver esses problemas.
Mandar pra um técnico? Ele já vai dizendo logo de cara (parece que só sabem resolver assim) TEM QUE FORMATAR.
Formatar o micro é como assassiná-lo, ou trocar sua alma, é horrível.
Enquanto houver jeito de enganar o meu, continua assim, no século 17.

DE VERA


Obrigada à Clarice que resgatou essa música dos Novos Baianos e me mandou, eu tranformei em midi voice para colocar aqui no Encantando.

Eita amiga mais carinhosa que eu amo!


Pegue a música AQUI

terça-feira, fevereiro 27

VIVER!







animação by Vera Vilela


GOSTO AMARGO

Assim como acho super verdadeiro o provérbio:
"Quem a meu filho beija, minha boca adoça."
O seu contrário também é real.
Que gosto amargo!

GATO GORDO GANHA DIETA

Martha Stewart vai ajudar em dieta de gato gordo

A apresentadora americana Martha Stewart vai dar uma força para a dieta de Hércules, o gato de 9 kg que virou sensação nos EUA. O bichano vai estrelar um artigo da revista publicada por Stewart com dicas sobre como ajudar os animais de estimação a fazer uma dieta.

Hércules virou personagem mundial há um mês quando seu dono, Geoff Ernest reencontrou o gato. Ele estava desaparecido há seis meses e foi achado entalado no vão de uma porta enquanto tentava invadir a casa de uma mulher para roubar a ração.

A dona de casa que encontrou Hércules entalado disse que, desde outubro o "intruso" roubava a ração de seus gatos. Ernest contou que Hércules desapareceu quando ele viajou a Seattle, em agosto, para realizar um transplante de pulmão.

Hércules foi diagnosticado com o vírus da Imunodeficiência Felina, algo similar ao vírus HIV humano. Gatos com essa doença podem viver anos sem sentir os sintomas, mas devem ser mantidos dentro de casa por seus donos para evitar a propagação do vírus.

domingo, fevereiro 25

HOJE É DIA 13 DE FEVEREIRO

foto by garçom

Faz de conta que hoje é dia 13 de fevereiro de 2007!

Parabéns minha mana linda, amada, xerosa, poderosa e maravilhosa MARIETA!

Nesse dia eu estava bem longe, mas não esqueci de você, te liguei para dar os parabéns e agora dou de novo!

TE AMO MUITO MEU SOLZINHO LINDO!

Mariazinha
Brilha no céu da minha vida
Torna tudo mais bonito
Faz valer a palavra AMIGA!

PARABÉNS ANJO MOR!


Hoje é aniversário do Anjo Mor dos Anjos de Prata, nosso querido e amado chefe BETO MUNIZ, um cara do bem, com certeza!
Uma alma solidária, um amigo carinhoso, sincero, leal e tudo de bom que alguém pode querer.
ADÓROTE BETO, milhões de felicidades pra você e muita paciência conosco, anjinhos aprendizes!

PRA LIA E PRA MARIETA


Em homenagem a aniversariante de ontem LIA (Rapadurinha),
nossa dupla de três (como disse quélauma - Beijinho),
é minha vingança, da Queijadinha.

O FIM


Assim dizia Veratustra:

"O fim não deveria ser triste, porque depende dele o recomeço.

Mas não tem jeito, o fim é sempre triste.

Esse transição, conformação é sempre dolorosa."

sábado, fevereiro 24

VIVA! ELA VOLTOU!

Finalmente meu bebê voltou das férias.
Ufa!

Que saudade eu estava!
Samira! Te amo eternamente!

DÁDIVAS

DÁDIVAS

Infinitamente melhor
que ganhar flores,
receber poesias
compara-se a receber
um buquê de estrelas:
eternamente poderá vê-las
eternamente as poderá ler.

Enviado por NAID MELO

LONGE DE TI

imagem Parafusos Voadores by Daniel Pitta

LONGE DE TI
Aliel®

Longe de ti só pago mico
Derramo o leite no fogão
Saio de pijama no portão
Fico descabelada e triste

Longe de ti pareço louca
Uso um tênis de cada cor
Saio despenteada ou com touca
Não sou flor, sou passarinho

Longe de ti eu desafino
Bangunço a cozinha e a cabeça
Não sou inteira e nem meia
Apenas um quarto crescente...

Autorizado por Aliel
(publicada na atualização dos Anjos Caídos - 39)

LIA LILLY LILLYBETH FALCÃO

clique by Marieta
Irmã linda que eu amo de paixão!
Parabéns hoje, amanhã e sempre!
Muita alegria, euforia, animação.
Ficar longe de mim? Nem tente!
Estará sempre dentro do meu coração.
Pra Lillybeth nada? TUDOOOOOO
É pique, é pique, é pique
Ratibum!
LILLY, LILLY!
LIamula!
Xeros mil pra você!

A GRANDE MÃE


A GRANDE MÃE
Vera Vilela


14:40h – Estação do comando geral da nação:

-Sra ministra da saúde, eu já avisei, tivemos dois casos de câncer não curados este ano. Quero ver todos os relatórios, quero ouvir todas as explicações. Não podemos admitir uma doença como essa que custe tão caro seu tratamento. Se permitirmos isso, logo os centros de produção de remédios do governo irão querer autonomia para ganhar dinheiro vendendo o que é de direito dos cidadãos: o remédio para seus males.

-Claro Grande Mãe, os casos só ocorreram por total displicência dos pacientes – ambos do sexo masculino, é claro – em se apresentar para o tratamento.
Nossa maior batalha ainda é a Gripe, cada vez que descobrimos uma vacina, um novo vírus aparece. Mas o tratamento está cada vez mais rápido, a última cápsula desenvolvida extermina o vírus em apenas dois minutos.
-Está certo ministra, dispensada.

15:00h – Sala do ministério de defesa:

-Sra ministra, ouvi dizer que alguns homens estariam se organizando e reivindicando algumas coisas, poderia me fazer seu relatório?

-Claro Grande Mãe:
Cerca de 30 homens já esterilizados andaram se reunindo às surdinas em campos abertos para praticarem uma coisa horrível que eles denominam de “futebol”, formam dois grupos de homens e disputam entre si uma bola, a qual deve ser introduzida entre paus pintados de branco. Ainda não conseguimos decifrar este ritual macabro, mas estamos recebendo reclamações de mulheres de todo a nação sobre comportamentos semelhantes. Já mandamos nossas Mães-Aconselhadoras para um diálogo com estes homens a fim de descobrirem o “porquê” de procedimento tão estranho. Talvez seja necessária a intervenção da senhora ministra da saúde.

-Está certo ministra, veja isso com urgência, não podemos admitir em hipótese alguma que os homens se achem independentes, já tivemos casos de homens que se acharam no direito a liberdade total de comportamento e que andaram atacando sexualmente mulheres fora da fase reprodutiva, praticando sexo para divertimento contra a vontade delas. Já sabemos pela história antiga que o homem é um ser extremamente perigoso: violento e irracional. Acima de tudo devemos nos lembrar dos anos e anos a que as mulheres foram submetidas ao tratamento egoísta e animal dos homens.
Me mande um relatório ainda hoje, quando a questão é “homens” não podemos brincar, em 500 anos de controle do nosso mundo, mudamos completamente nossa história e nossa vida, nunca mais houveram guerras entre nossos povos. As únicas guerras em que participamos foram contra os exércitos revolucionários masculinos.

-Grande mãe, mais um problema.

-Diga rápido que tenho que amamentar em 15 minutos.
Estamos com mais de 10 mulheres nos albergues que se negam a ter sua cota de um filho.

-Envie todas para a Ilha Repressora, que fiquem lá até que morram ou mudem de idéia. Não podemos admitir uma única mulher que se negue a ter filho. Se não quer ser mãe, será considerada um perigo para nossa comunidade.

-Mais um pequeno problema:

-Diga.

-Fomos informadas de uma corrente de homens que negam a reprodução involuntária, já completaram a idade do alistamento e ainda não compareceram.

-Peça a ministra da defesa que mande esterilizar metade deles, a outra metade envie aos centros de recuperação masculina. Se não mudarem de idéia, envie para a Ilha Repressora Masculina.

-Grande Mãe! Acredito que se todos forem enviados à Ilha serão reeducados e poderão reproduzir normalmente em 1 ou 2 anos.
Está bem, argumento aceito, esperemos então os dois anos.


16:00 – Horário de amamentação do Joãozinho.

-Meu filhinho amado mame bastante, precisamos de homens fortes e viris para nossa nação, a cada 50 crianças que nascem apenas uma é homem, portanto você merece todo o carinho e amor da mamãe.
Você será grande e forte, uma cidade todinha será formada por você, será um grande reprodutor e quando chegar aos 40 anos poderá ter sua própria família, uma mulher, um filho, cachorros, gatos, peixes, afinal – tudo o que é preciso para um cidadão ser completo.
Trabalhará 6 horas por dia, será obrigado a participar dos centros de convivência infantil e se tiver aptidão para o ensino, será um brilhante mestre das letras e números.
Como todo cidadão deverá efetuar um trabalho para a comunidade durante 20 anos de sua existência, mas sua recompensa será os anos que lhe restarem.

17:00 – Sala do Ministério da Educação:

-Ministra, pode me fazer o relatório do nosso plano de educação?

-Grande Mãe está sendo um sucesso o plano que implementamos em alguns centros educativos da nação. Cortamos totalmente as avaliações mensais e passamos para avaliação anual de todas as crianças, aumentamos o horário de integração dos alunos de meia hora para uma hora diária e reduzimos o horário de estudos de cinco horas para apenas quatro. Todos os alunos, inclusive os meninos, apresentaram um índice de satisfação extraordinário após as mudanças. Eles têm se integrado cada vez mais nos horários de recreação, já podemos ver algumas meninas brincando junto aos meninos - o que era sua grande meta - afinal um dia elas terão que enfrentá-los em uma reprodução natural.

-Parabéns ministra! Parabéns! Se durante meu governo eu conseguir fazer com que meninas e meninos voltem a se relacionar bem durante a infância, tenho certeza que aumentaremos cada vez mais o nascimento de bebês do sexo masculino. Precisamos de homens para os serviços pesados.

17:45h – Sala da Grande Mãe

-Por favor, secretário, não atendo mais ninguém hoje, preciso destes 15 minutos para o meu relaxamento diário. Depois irei para minha casa. A Grande Mãe adotiva chegará daqui a pouco, os relatórios repasse a ela e não me incomode em meu lar em hipótese alguma.
Uma boa noite para você!

Imagem My Nonsense Queen by Zancan

sexta-feira, fevereiro 23

ATUALIZAÇÃO 39 - ANJOS CAÍDOS


NOVIDADES NA EDIÇÃO 39 !


:: Crônicas do mês : Fernanda Hanna, Jota Vilela, Müller Barone, Vera Vilela

:: Próximo Tema - RONDA, por Mécia Rodrigues


http://www.anjoscaidos.jor.br/menu/menu.html


E AINDA:


:: Haicais da Lua - nossa nova Oficina Literária

:: Tema de Janeiro : LONGE DE TI, por Carvalho de Azevedo

:: Autor Estreante : Raul Motta

:: Nova Série : GÊNESIS, de Vera Vilela



Venha visitar e conhecer os novos textos !
Divulgue nosso sítio !


http://www.anjoscaidos.jor.br/menu/menu.html



atenciosamente,
Clarice Villac, Vera Vilela, Ly Sabas

COMO GANHAR DINHEIRO COM O ESFORÇO ALHEIO



COMO GANHAR DINHEIRO COM O ESFORÇO ALHEIO
Vera Vilela

Apenas há alguns dias eu conversava sobre plágio em geral, roubo de idéias, sem saber que naquele momento estava acontecendo na rede mundial de computadores um verdadeiro assalto a textos online.

Foi lendo um e-mail de uma amiga onde perguntava se eu conhecia um determinado site que fazia propaganda de ter um grande acervo de textos que descobri a fraude.

Que susto!

Neste site encontrei um link para CRÔNICAS, anunciado assim:

Atenção.
Importantíssimo.
O arquivo COMPLETO de 2.202 CRÔNICAS FANTÁSTICAS fará parte de um DVD que estou elaborando com o título de: CONCURSOS-TUDO PARA VOCÊ PASSAR / PLANEJAMENTO DE ESTUDO PARA CONCURSOS, cujo lançamento ainda não tem data prevista.
No entanto, disponibilizo, abaixo, para os visitantes do SITE, uma pequena amostragem do arquivo, ou seja, 18 crônicas de um total de 2.202.

Para minha surpresa encontrei meu nome entre as crônicas dadas como exemplo (no dia eram 20), tratava-se de um conto meu, bem longo, retalhado para ser transformado em crônica e postado lá como se fosse por mim autorizado.

E ainda havia esse aviso:

As melhores crônicas escritas pelos escritores mais consagrados do Brasil e por dezenas de talentosos autores virtuais.

Pesquisadas em vários SITES da Rede Mundial de Computadores-Internet, algumas delas condensadas e organizadas por JOSÉ CARLOS DUTRA DO CARMO.

Vejam bem: condensadas e organizadas! Com que direito um cidadão pega um texto na Internet, dele se apropria, condensa (retalha) e promete transformar em DVD com fins comerciais?

Então eu me dedico a escrita pela vida toda, estudo, pesquiso, quebro a cabeça, não ganho nada com isso e vem essa pessoa, acha tudo pronto e pega?

É como você passar um dia todo preparando um bolo e vai tomar um banho para relaxar, quando volta o bolo sumiu!

Nesse site podem ser encontrados textos de variados autores, incluindo imortais, que com certeza, eles ou seus herdeiros, nem sabem do uso comercial a que está se destinando.

Para quem não sabe, tudo o que se escreve e publica na Internet está protegido pela LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998, e dentro dela podemos ler:

Capítulo I
Das Obras Protegidas
Art. 7º. São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:
I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas;
II - as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza;
III - as obras dramáticas e dramático-musicais;
IV - as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito ou por outra qualquer forma;
V - as composições musicais, tenham ou não letra;
VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas;
VII - as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia;
VIII - as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética;
IX - as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza;
X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência;
XI - as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como criação intelectual nova;
XII - os programas de computador;
XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual.

Ainda:

Capítulo III
Dos Direitos Patrimoniais do Autor e de sua Duração

Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica.
Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades, tais como:
I - a reprodução parcial ou integral;
II - a edição;
III - a adaptação, o arranjo musical e quaisquer outras transformações;
IV - a tradução para qualquer idioma;
V - a inclusão em fonograma ou produção audiovisual;
VI - a distribuição, quando não intrínseca ao contrato firmado pelo autor com terceiros para uso ou exploração da obra;
VII - a distribuição para oferta de obras ou produções mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para percebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário;

E mais:

Art. 33. Ninguém pode reproduzir obra que não pertença ao domínio público, a pretexto de anotá-la, comentá-la ou melhorá-la, sem permissão do autor.

E:

Capítulo II
Das Sanções Civis

Art. 103. Quem editar obra literária, artística ou científica, sem autorização do titular, perderá para este os exemplares que se apreenderem e pagar-lhe-á o preço dos que tiver vendido.
Parágrafo único. Não se conhecendo o número de exemplares que constituem a edição fraudulenta, pagará o transgressor o valor de três mil exemplares, além dos apreendidos.
Art. 104. Quem vender, expuser a venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depósito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, será solidariamente responsável com o contrafator, nos termos dos artigos precedentes, respondendo como contrafatores o importador e o distribuidor em caso de reprodução no exterior.

E tem muitos outros capítulos, artigos, etc... tudo para proteger os direitos autorais, é hora de lutar pelo que nos é de direito e botar a boca no trombone.

No meu caso, já fiz a reclamação e solicitei a retirada imediata do texto, no que fui atendida, apesar de uma certa ironia na resposta.

Fica apenas essa sensação ruim de saber que pessoas, ao invés de lutar pelo seu trabalho, ficam procurando meios de ganhar dinheiro à custa alheia.

Deixo meu repúdio a este tipo de gente e fico com a esperança que a lei se cumpra quando for necessária, principalmente porque este senhor se mostrou mal educado e irônico em suas respostas aos e-mails a ele enviados.

Caso tenham curiosidade em ver o site deixo aqui o endereço: Minha história
- nele você tem o nome, telefone e e-mail do responsável, caso queiram protestar.

O link para as crônicas já foi retirado graças a uma mobilização geral dos autores, mas o resto de textos ainda podem ser vistos por lá.

Se tiver outras dúvidas a respeito de Direitos Autorais, acesse aqui: – Biblioteca Nacional .

quinta-feira, fevereiro 22

OLHOS AZUIS


OLHOS AZUIS
Vera Vilela


Antes de entrar pode me contar sua história? Eu adoro histórias.
Está bem, eu conto, pelos seus olhos azuis.

Dormia eu no banco da praça, defronte à igreja, quando fui acordada pelas doze badaladas que anunciavam a hora do almoço. Que preguiça! O sol esquentava meu corpo de uma forma tão gostosa! Um sol que não queimava, apenas acariciava, suavemente, minha pele, com seus fracos raios.

Sentei-me e esfreguei os olhos para melhor ver o que se passava ao meu redor. Crianças chutavam uma bola murcha de borracha, fazendo uma algazarra absurda e, ao mesmo tempo, faziam sentir-me em casa - parecíamos uma família.

Chamei os menores, Cleoneide de 7 anos e Joseneide de 5. Levei os meninos até o chafariz e lavei o rosto e as mãos deles com aquela água gelada, mas limpinha, limpinha. Lavei meu rosto e enfiei a mão no bolso do casaco velho e fedendo suor, que me cobriu do frio da noite. Tirei uma velha escova de dente - achada no lixo - e esfreguei os poucos dentes que ainda me restavam na boca.

Cleoneide não deixou que eu limpasse seus dentes, dizia que a água gelada doía os dentes; Joseneide já não se importava, eu esfregava seus dentes e admirava sua boca linda. Esse menino foi feito no capricho, com amor, não foi sexo em troca de comida não - foi amor mesmo.

Joseneide tinha os olhos azuis como o pai, pele clarinha e cabelos bem pretinhos como o meu, ia dar um rapaz lindo.

Cleoneide, tadinha, saiu à mãe: um narigão enorme e redondo, uma boca murcha, olhos pretos e cabelo castanho, muito feia, a coitadinha, e sem sorte de pai - um bebum de rua que só me servia mesmo prá me aquecer nas noites frias.

Pronto: os menores na mão, vou até a porta de Dona Maristela - uma santa que Deus colocou na minha vida - que me dá o almoço de todo dia e, só não tomo o café caprichado porque teria que acordar cedo e não consigo acordar antes do meio dia. As crianças dormem num cômodo que ela ajeitou no fundo da casa, mas eu não quero coleira, gosto de me sentir solta e procurar um homem que me sustente.

Dona Maristela, todo dia pela manhã, deixa os 6 meninos tomarem banho em sua casa e troca os pequenos prá mim, lavando as roupas que ficam por lá. Santa mulher! Viúva, tem um casal de filhos - José Augusto e Cleo. Por isso meus filhos ganharam estes nomes - claro que juntei o meu, Neide. Eles nem registro tinham, foi ela e a filha que acertaram tudo pra mim.

Dona Cléo é advogada e tem um filhinho, o Ricardo Augusto, da idade do meu Joseneide. Os dois brincavam como irmãos na casa da avó, mas agora a mãe dele achou melhor ele ir para a escolinha. Os dois têm olhos azuis, que chamam a atenção de todo mundo.

É estranho: a porta da casa está cheia de gente, um corre-corre. Quando me aproximo as pessoas se afastam. Sei que meu cheiro não é bom, mas quero saber o que acontece. Mando então Joseneide, que está limpinho e de roupa trocada pela madrinha, para ver o que aconteceu.

Joseneide vem numa rasteira, chega bufando e diz:
- Mãe, mãe, o Ricardinho se machucou levou uma pedrada na cabeça! Foi outro amiguinho da escola que fez isso. Ele está no hospital!

Eu penso: meu Deus, coitada da dona Maristela, mulher tão boa, ela e sua filha, terem um desgosto desse.

Fico ali até bem de tardezinha, com o estômago roncando e as crianças chorando de fome, mas não vou incomodar dona Maristela. Peço para os meninos ficarem quietos e chego devagar perto da casa para ver se está tudo mais calmo.

Quando chego no portão da garagem, ouço a filha de dona Maristela falando alto:

- Viu mãe? Viu no que dá suas benfeitorias? Fica cuidando de um bando de bandidinhos e não posso deixar meu filho aqui! Agora o menino se machucou na escola e pode até perder a visão! Eu não quero nunca mais ver essa gente fedida por aqui.

Saio correndo, desembestada, para junto dos meus filhos; peço a eles que juntem suas coisas porque vamos embora. Eles começam a chorar, dizem que querem se despedir da madrinha, mas eu digo que não podem, que ela não está em casa, e puxo a filharada.

Ao chegar na rodoviária fico até as 7 horas da noite, quando um ônibus que vai recolher me leva até a cidade vizinha e, quem sabe arrumo alguma coisa para a gente comer.

Agradeço ao motorista e desço do ônibus. Que azar: uma noite fria pela frente, ninguém nas ruas, dia de semana, acho que hoje não vamos ter nada para comer! Andamos pela rua procurando um abrigo para dormir, olho para os filhos e sorrio, tranqüilizo-os, já passamos momentos piores. Joseneide chora, quer a madrinha, quer sua cama, quer comer. Enxugo minhas lágrimas teimosas e o abraço, digo que logo voltaremos. Me sinto tão enganada, tão injustiçada, tão....tão.....só.

Mas, força Neide! você escolheu essa vida, agüente firme, eles só têm a você! Quando lembro dos gatos de Dona Maristela dormindo em caminhas que parecem camas de príncipes,almofadadas, me dá um nó na garganta, mas, coitada, ela não tem culpa!

Lembro do dia em que cheguei à cidade com Joseneide, ainda pequenino, nos braços: todo mundo vinha olhar de perto os olhos do menino, de um azul tão brilhante que mais parecia uma pedra preciosa, um cristal que iluminava seu rosto clarinho. Ele nem nome tinha ainda, eu o chamava de "anjinho".

Acordo de meus pensamentos quando vejo um viaduto vazio, sem nenhum morador, e é perto de uma padaria, tem um supermercado também, onde os meninos podem olhar os carros e ganharem uns trocados. Deus me ouviu! Chego embaixo do viaduto e é uma beleza: parece que é novo, não é de cimento, graças a Deus! É terra batida. Os meninos correm no lixo do supermercado e voltam com as sacolas cheias. Trouxeram papelões limpinhos que deu pra aconchegar a todos para dormir e ainda sobrou alguns para servirem de parede e nos guardar do frio.

Maravilha: acharam algumas frutas amassadas, mas ainda boas pra comer; tem pão velho - com sujeira, mas a gente limpa - os meninos aprenderam direitinho. Acharam até um pedaço de carne passada: é só a gente lavar bem e colocar no fogo que não tem perigo nenhum. Uma amiga de rua me ensinou: a carne pode até estar podre, se você torrar bem ela, não fica com gosto ruim e nem faz mal.

Fazemos um jantar e tanto, estou até feliz, fazia tanto tempo que não ficávamos tão juntos assim! Mas os meninos reclamam que a cama esta dura e estão com frio! Eu avisei que não gostava dessa idéia de deixar nossas coisas na casa de dona Maristela. Deixei um cobertor nosso lá: não é grande coisa mas, daria para aquecer a todos.

Finalmente todos dormem, fico ainda acordada muito tempo, pensando na vida. Poucas vezes me arrependi do caminho que tomei, mas, hoje é um desses dias. Me lembro da casa arrumada, os maiores ainda eram pequenos, todos arrumados e limpinhos. O marido trazendo pão fresquinho à noite, todos juntos na mesa agradecendo a Deus pela comida. Mas junto com esta lembrança vêm também as noites e mais noites em que apanhei dele feito criança! Se ele tivesse qualquer problema no trabalho eu já sabia como seria minha noite: surra na certa! E não podia chorar para não assustar as crianças ainda mais.

Havia noites em que ele chegava muito tarde, bêbado e cheirando perfume barato, me xingando, dizendo que eu estava ficando velha e feia e que estava também gorda e barriguda, que qualquer mulher de rua era mais bonita que eu. Mulheres de rua? Mulheres como eu era quando ele me recolheu com 15 anos de idade e disse que me daria uma casa e família, coisa que eu nunca tivera antes!

Me lembrei da satisfação que tive ao abrir as portas da minha casa para todos os mendigos da cidade e antigas amigas da rua e saí com os 3 filhos pequenos e um ainda na barriga, sem nada levar, apenas umas poucas roupas das crianças. Nunca mais voltei por aqueles lados e nem tive notícias dele. Deve estar judiando de alguma mulher e fazendo filhos nela.

Finalmente durmo. Nesta noite sonho com um anjo que desce do céu e me ajuda: é um anjo lindo como o Joseneide e apenas sorri para mim, como que dizendo que tudo será diferente.

Sou acordada às pressas, puxada pelos braços e vejo que meus filhos já estão dentro do carro que parece um camburão da polícia, mas não é. Meu medo se torna realidade: o conselho tutelar me pegou.

Chego até o escritório do conselho tutelar sozinha, o tempo todo pergunto pelos meus filhos e ninguém me diz nada, só me mandam aguardar e me dizem que eles estão bem. A assistente social me enche de perguntas e pelo tipo de pergunta eu já imagino meu destino. Recebo roupas, tomo um banho no albergue público, almoço e permaneço ali a tarde toda. Começo a conversar com um rapaz que não deve ter mais de 30 anos. Ele está ali porque a família o expulsou de casa. Diz que é gente boa, de família, mas fede igual a um bode. Posso perceber, pelo tremer das mãos e os olhos fundos, que se trata de um drogado, bicho feio até na rua - ninguém quer nada com eles. Ele me diz que o pai é advogado e que se saírem juntos ele consegue a guarda das crianças para mim, dou uma sonora gargalhada e fico na minha, vou para o outro lado do galpão.

Passo ali dois dias sem saber meu destino e dos meus filhos. Eu os vi por duas vezes, porque o menorzinho chorava por mim e pela madrinha. Estavam separados os meninos e as meninas, por isso chorava. Mandei colocarem Cleoneide junto a ele que pararia a choradeira.

Fiquei sabendo que fizeram o que pedi e ele agora estava mais calmo. Dois dos maiores sumiram, me pediram desculpa por não terem tomado conta dos meus filhos e só, mas também já era hora deles seguirem seus caminhos. O mais velho tem 12 , o segundo tem 11, depois vêm as meninas de 10 e 9 anos - essas também já estão mocinhas, podem se virar bem. A Aparecida estudou a primeira série e sabe até escrever, já ensinou os 3 irmãos mais velhos a escrever também! Diz que vai ser professora! Coitada, não sabe o que é viver na rua. Por sorte, já tem um corpinho bonito. Vai conseguir ganhar a vida de uma maneira mais fácil!

Paro na porta do Juizado de Menores, aonde irão me dizer o destino dos meus filhos. Estou morta de saudades do Joseneide: aqueles olhinhos azuis me fazem muita falta, quando vou esmolar e vêem seus olhinhos - não resistem e sempre me dão algo de bom, oferecem ajuda, dão roupa, calçado e comida. As roupas e calçados eu consigo vender nos brechós ou trocar por roupa mais velha, como posso esmolar com roupas limpas e novas e com filhos crescidos? Já estou muito velha e gasta para a vida da rua, mês passado - não me lembro o dia, mas sei que nasci em outubro - fiz 28 anos.

Espero muito tempo para falar com o juiz. Deviam ter me dado almoço antes: a barriga ronca de fome. Finalmente me chamam.

Que coisa mais bonita aquilo tudo! Aquela sala arrumada, com carpete no chão, até parece a casa de dona Maristela, coitada, só agora lembrei dela, o que terá havido com seu neto?

Me sento em frente ao juiz. A assistente social que conversou comigo também está lá e tem mais duas pessoas que não sei quem são. Me enchem novamente de perguntas. Eu estou zonza de fome e até esqueço a importância daquelas perguntas - o que eu quero mesmo é encher minha barriga.

O juiz diz que tem uma pessoa interessada em ficar com meus dois filhos menores e pergunta se estou disposta a autorizar a adoção. Levo um susto: Ficar sem Joseneide?! Ficar sem ver aqueles olhos azuis que me lembram o único amor que tive na vida?

Não, eu não poderia deixar! Ver os olhinhos azuis do Joseneide de manhã era como comer pão com mortadela e tomar tubaina gelada: uma delícia!

Pergunto então ao juiz quem quer adotar meus filhos, porque afinal, Joseneide é lindo, mas Cleoneide coitada, quem iria querer ficar com ela?

O juiz chama para a sala a pessoa que quer adotá-los. Eu não me assusto. Quem entra é dona Maristela, que vem ao meu encontro e me dá aquele abraço de sempre, sem nojo, sem cuidados. Santa alma esta!

Ela então me diz:

- Neide, estou disposta a cuidar dos seus dois filhos menores como se fossem meus! Estou te oferecendo o mesmo de sempre: continuarão todos morando no quartinho que preparei, só que os dois pequenos serão como meus filhos e você pode ficar perto deles o tempo todo, apenas não poderá mais leva-los embora. Conversei com todos eles ontem.As meninas maiores não querem voltar para casa, dizem que querem seguir sua vida, então não vou obrigá-las, mas os pequenos querem ficar em casa.

- Mas, dona Maristela, eu ouvi sua filha dizer que não quer mais meus filhos na sua casa! Ouvi isso lá do portão no dia em que seu neto se machucou na escola.Por isso fugi.

- Pois é Neide, naquele dia, minha filha e eu tivemos uma conversa difícil, e ela estava magoada, porque eu disse que a diferença entre vocês duas é que: Ela se desviou na vida, fugiu com um drogado, acabou tendo o filho sem pai, mas tinha a mim para ampara-la e ajuda-la, coisa que você nunca teve.Depois de conversarmos muito e ela reconhecer que estava sendo egoísta, foi procurar as crianças porque se lembrou que estavam sem almoço e não encontrou mais ninguém. Como advogada e conhecedora de pessoas influentes na justiça, não sossegou enquanto não encontrou vocês. Ela está muito arrependida e queria ela mesmo adotar os meninos, mas eu neguei, ainda tenho idade para cuidar dos seus filhos. Meu neto está bem, tudo não passou de um susto e ele já chorou muito perguntando pelo Joseneide.

Mas, meu Deus! Como poderia eu me separar do pequeno Joseneide? Mas também não seria justo eu dar meus filhos para aquela mulher e ficar por perto sem deixá-los seguir sua vida! Então não me restam muitas opções: dar os filhos e sumir, ou, provavelmente, ficar sem eles e deixá-los no conselho tutelar até que eu arrumasse um emprego. Mas, arrumar emprego de quê? Aonde? Se até os estudados estavam desempregados?

O juiz me olhou com uma cara de raiva, a assistente social também, e eu senti que só sairia bem dali se fizesse o que queriam: dar meus filhos para aquela mulher, aquela santa mulher que sempre cuidou deles sem o menor interesse, mas que agora me cobrava todos os dias e noites de sossego que me dera.

Assinei todos os papéis até sem sentir. Só pedi para conversar com eles antes de ir embora. Dona Maristela insistiu para que eu não ficasse longe deles, mas eu sabia o que tinha a fazer.

Fui até a creche onde estavam as duas meninas e consegui conversar a sós com elas. Me beijaram carinhosamente e disseram:

- Mãe, nós sabemos que somos um encargo em sua vida, por isso vamos nos separar. Os meninos estiveram aqui no muro e combinamos de fugir hoje à noite. Estaremos todos juntos, e você sabe que nos viramos muito bem sem aquela tia chata. Pode seguir sua vida tranqüila, que vamos ficar bem. Com você perto da gente também não dá, pois não podemos ser livres.

Depois fui ver os pequenos. Quando me viu, Joseneide correu e se escondeu atrás do escorrega junto com a irmã. Os dois estavam limpinhos, bonitos e arrumados. A única coisa que pude ver de longe era o brilho dos olhos azuis do meu filho querido.

Eu me despedi de dona Maristela, enxuguei o rosto e me pus a caminhar. Abri o pacote que ela me deu e achei R$ 200,00. Nunca em minha vida eu vi tanto dinheiro junto! Neste momento meu coração doeu apertado: senti que tinha vendido meus dois filhos por R$200,00! Estava passando sobre o viaduto neste momento e só me lembro que voava, voava, quando vi seus olhos azuis brilhando e você me oferecendo a mão.
E juntos chegamos aqui assim, voando.

Agora pode me dizer onde estou?

VIVA 2007


Bom dia a todos!
Ah! Passou o Carnaval, começou o ano.
Estou aqui curtindo uma ressaca, mas nem sei o porquê, não pulei carnaval, não dancei, não desfilei, não bebi.
Acho que, de um certo modo, o país todo só acorda depois do Carnaval mesmo...bah!
Foi-se o tempo que eu gostava disso, passava os 4 dias num salão, dançando, pulando, paquerando, bebendo.
Mas a ressaca ficou...rs
Vamos hoje então dar a bandeira de largada para este ano do Javali, com muita esperança de dias melhores.
Que venha 2007 - FINALMENTE!

quarta-feira, fevereiro 21

TEIMA

TEIMA
Vera Vilela

Hoje acordei com uma profunda necessidade, como se algo me fora tirado, roubado.
Senti falta de você, eu preciso viver esse amor.
Eu necessito sentir essa paixão.
Nada sou sem suas mãos, sua boca, seu carinho.
O mundo parece parar quando estou longe de você, as horas não passam, tudo perde seu sentido.
Quisera eu ter poderes mágicos para, num estalar de dedos, lhe trazer junto a mim.
Sua presença em minha vida é constante, todas as horas, minutos e segundos, nada faço que não pense em você, que não necessite sua presença.
Esse mundo maluco que afasta a carne, mas não consegue separar corações, que batem uníssonos por toda a eternidade.
Nada consegue afastar nossas almas, que teimosas, cismam em se encontrar e assim será por todo o sempre.
Essa eterna procura de seu complemento, da união de energia jamais se findará.
Meu amor está acima da razão, não há explicação terrena possível para esse insano sentimento, essa teima em querer estar sempre ao seu lado.
Hoje eu só queria uma coisa: estar com você.
Te amo sempre!

segunda-feira, fevereiro 19

É PIQUE! É PIQUE!



É aniversário da amiga Sandra, também mãe do meu gato Elvis!

Muita alegria pra você, hoje e sempre!
Nós te amamos muito!





HAVE YOU EVER REALLY LOVED A WOMAN?

HAVE YOU EVER REALLY LOVED A WOMAN?
(Tradução)

Para realmente amar uma mulher, para compreendê-la,
Você precisa conhecê-la profundamente por dentro,
Ouvir cada pensamento - ver cada sonho,
E dar-lhe asas - quando ela quiser voar.
Então, quando você se achar repousando
Desamparado nos braços dela,
Você saberá que realmente ama uma mulher...

CHORUS
Quando você ama uma mulher,
Você lhe diz que ela realmente é desejada.
Quando você ama uma mulher,
Você lhe diz que ela é a única
Pois ela precisa de alguém para dizer-lhe
Que vai durar para sempre.
Então diga-me: você realmente,
Realmente, realmente já amou uma mulher?

Para realmente amar uma mulher,
Deixe-a segurar você,
Até que você saiba como ela precisa ser tocada.
Você precisa respirá-la - realmente saborea-la
Até que você possa sentí-la em seu sangue.
E quando você puder ver
Suas crianças que ainda não nasceram dentro dos olhos dela,
Você saberá que realmente ama uma mulher

CHORUS

Você precisa dar-lhe um pouco de confiança -
Segurá-la bem apertado,
Um pouco de ternura - precisa tratá-la bem.
Ela estará perto de você, cuidando bem de você,
Você realmente precisa amar sua mulher...

Então, quando você se achar repousando
Helpless in her arms,
Desamparado nos braços dela,
Você saberá que realmente ama uma mulher...

CHORUS

Então diga-me: você realmente,
Realmente, realmente já amou uma mulher?

Então diga-me: você realmente,
Realmente, realmente já amou uma mulher?

Pegue a música AQUI

QUE SUSTO!


Esse é o chão de um banheiro na casa de um artista plástico.

Ele com certeza, pensou que seria legal assustar seus convidados em cada visita a sua casa.

IMAGINE VOCÊ BÊBADO EM UMA FESTA NA CASA DESSE CARA AO ENTRAR NO BANHEIRO?

*enviado pelo Jairo (clique na imagem para ver maior).

domingo, fevereiro 18

DROGA DE DOMINGO

DROGA! DROGA! DROGA!
M... M... M...
ATÉ UMA POETISA PRECISA DESABAFAR DE VEZ EM QUANDO!
DROGA! DROGA! DROGA!
entenda droga com o palavrão que quiser!

sábado, fevereiro 17

VIAGEM ATRAVÉS DO SONHO


VIAGEM ATRAVÉS DO SONHO
Vera Vilela


Resolvo cumprir uma promessa e finalmente visitar uma amiga virtual.

Chego até uma casinha simples rodeada de árvores, flores, nem tão bem cuidadas, mas com muita saúde. Os pássaros se deliciam na sombra, nos frutos e nos néctares da paisagem. Alguns especiais como os beija-flores amigos, que encontram seu alimento preparado com carinho por sua benfeitora.

Abro o velho portão, quase caindo, demonstrando a falta de um marido por ali, de madeira já velha, se escondendo atrás de trepadeiras em flor que se deitam por toda a cerca que o ladeia. Um velho cão corre ao meu encontro como se me conhecesse, abanando o rabo em sinal de aprovação, me recebendo e encaminhando para dentro da casa.

Meu coração por um instante se acelera pelo momento que virá a seguir, paro um pouco, me recosto na cerca florida na sombra de um frondoso flamboyant.

Lá dentro me espera uma pessoa. Uma mulher calejada pela vida, judiada pela natureza, com várias cicatrizes em seu coração imenso. Não poderá vir até mim pela impossibilidade física, mas tem estado muito presente em minha vida ultimamente. Sua experiência muito tem me ensinado, tenho marejado os olhos pelos seus escritos, que na maioria das vezes provém de fatos de sua vivência.

Minha vinda hoje não é apenas um conhecimento físico entre duas mulheres amigas, é um motivo muito maior que isso, pois já nos conhecemos intimamente através de nossas almas.

Meu objetivo é admirar sua escapada, sua inspiração mensal. Será hoje o grande dia, ela recostada na velha janela, com os olhos arregalados e direcionados ao horizonte ainda azul claro, que aos poucos se tornará escuro e picado de pequenas estrelas brilhantes, com ele virá o grande presente que sua janela mensalmente lhe dá.

Ah! Sensação de noite de natal de minha infância, sensação de banho de cachoeira em dia de calor, sensação de mergulho no mar pela primeira vez, sensação de cheiro de café de manhãzinha preparado por minha velha mãe, sensação do primeiro beijo!

Perco-me em pensamentos, sensações e cheiros e não percebo o dia que já se cobriu da noite, olho em direção a janela e vejo a amiga: olhos brilhantes, braço estendido ao alto e uma expressão de alegria, de conforto. É como se de repente ela fosse invadida pela energia vinda de um brilho diferente que ela admira o que me fez viajar até aqui.

Vejo claramente sua transformação. Seu rosto de senhora se distende delicadamente, vejo o rubor brotar no rosto antes sem cor. Seus lábios se enchem e se transformam, suas mãos se amaciam e se esticam mais ainda para alcançar a luz. Ela é agora uma linda e jovem mulher e seu olhar é apaixonado e apaixonante.

Sinto-me paralisada com a cena e ao mesmo tempo tocada por aquela energia que emana daquele brilho intenso. Preciso olhar, preciso saber, quero ver, quero sentir também.

Não consigo me mexer, meus músculos não obedecem aos meus comandos e permaneço ali extasiada, involuntariamente detida.

O brilho aumenta e a jovem mulher vai para fora, está com roupa de baile e vejo chegar até ela, saindo da luz - um cavalheiro -, coloca uma das mãos em sua cintura, com a outra segura sua mão e começo a ouvir uma música angelical, uma partitura desconhecida, sons que penetram na alma.

Os dois começam a rodopiar no mesmo instante, parece uma valsa. Riem muito, mas não se falam, dançam animada e carinhosamente. Percebo que não estão com os pés no chão. Eles levitam no círculo brilhante que se formou, sobem e descem sintonizados com a música. Ela agora é livre, não existe mais o chão, a terra castradora de seus movimentos. A magia se expande aos poucos, o círculo vai aumentando e chega até e através de mim. Sinto-me levitar e uma imensa paz invadindo minha alma.

Chego até os dois e aceito as mãos que me oferecem e dançamos a três, é uma sensação inusitada. A música aos poucos vai ficando mais longe, sinto-me mais pesada e descendo bem devagar. Olho agora para o céu na direção da luz que nos envolveu.

Uma nuvem aos poucos encobre a Lua na mesma medida que seu brilho nos abandona, uma ponta de tristeza toma conta de mim, mas minha amiga me previne.

“Não lamente por ter acabado, maravilhe-se pelo que teve, poucos puderam sentir esta força. E lembre-se amiga, este espetáculo eu tenho apenas uma vez por mês, quando a Lua Cheia se enquadra em minha velha janela.”

E assim se foi o cavalheiro e a luz, com um piscar dos olhos. Minha amiga está sentada à soleira da porta. Eu a ajudo a sentar-se na cadeira de rodas e a levo porta adentro.

E assim nos despedimos com um forte abraço, já não há mais o brilho, a Lua, o cavalheiro, os beija-flores, os cheiros, mas existirá sempre o momento vivido, este nunca desaparecerá. É uma experiência para se lembrar pelo resto de minha existência.

sexta-feira, fevereiro 16

RELATÓRIO DE VIAGEM!

Como prometido fiz hoje meu relatório de viagem!
Vocês podem ler e ficar por dentro de tudo lá no PANORAMA.


Aloísio, Leda, Gleidson e eu.

VOCÊ JÁ SENTIU MUITA RAIVA?

Vejam se conseguem me entender:

-Um filho de não sei quem resolve se dar bem as custas de outros.
-Ele entra na Internet e começa a sequestrar textos.
-Acha um conto enorme e gosta apenas de um pedacinho dele.
-Então ele retalha o conto e o transforma em uma crônica junto com centenas de outras.
-Sem nenhuma autorização do autor ele coloca em seu site, que é visivelmente de venda, e promete um CD com todas essas belíssimas crônicas, claro que a um custo bem razoável.

O autor do texto nem faz idéia de que seu texto está sendo comercializado.

O QUE FAZER?

Aceito sugestões.
Depois continuo com essa infame história, acho até que vou transformar num conto, já tenho até um título:

GANHE DINHEIRO FÁCIL COM O TALENTO ALHEIO.

PUFF!

VOLTEI!

É isso aí pessoal, fui passear e voltei muito feliz em rever amigos, conhecer outros.
Amanhã faço meu relatório.

Onde será que eu fui? Olhe esse céu, a entrada da cidade...


Adivinhe!

Achou?

Fotos by eu mesma...rs

quarta-feira, fevereiro 7

BEIJINHOS

Até a volta!

BENDITA CRISE



BENDITA CRISE

Bendita crise,
que sacudiu o mundo e a minha vida.

Bendita crise,
que está reciclando tudo.

Bendita crise,
que veio tirar minha ilusão
de permanência.

Bendita crise,
que vai trazer evolução.

Bendita crise
que vai fazer o mundo se reestruturar

Bendita crise,
que traz a transformação

Bendita crise,
que vai me ensinar o que é
verdadeiramente importante.

Bendita crise,
que é um desafio.

Bendita crise,
que vai me revelar a minha
própria sabedoria.

Bendita crise,
que dissolve meus apegos.

Bendita crise,
que vai ampliar minha visão.

Bendita crise,
que me faz humilde.

Bendita crise,
que vai abrir meu coração

Bendita crise,
que me traz a confiança.

Bendita crise,
que vai me mostrar outras
oportunidades.

Bendita crise,
que me faz dar mais importância
à vida

Bendita crise,
que me tirou do marasmo.

Bendita crise,
que leva a um novo paradigma.

Bendita crise,
que está me mostrando
a Luz.

Bendita crise,
que me fez voltar a ter fé.

Bendita crise,
que traz de volta a aventura de viver.

Bendita crise,
que é o ponto de mutação.

Bendita crise,
que me traz de volta
o amor
pela Humanidade.


Om Namah Shivaya
Om Shanti Om

Enviada pela amiga Aninha

HAICAI LUA I


HAICAI LUA


terça-feira, fevereiro 6

FIM DE SEMANA

Na semana passada resolvi tirar uns dias para descansar de verdade, longe de casa e dos problemas. Pensei em ir até Barbosa, de ínicio, ficar o fim de semana, rever parentes e aliviar um pouco o stress, depois faria uma outra viagem um pouco mais distante.

Infelizmente as coisas nem sempre são como a gente gostaria que fosse, criamos expectativas que às vezes dependem de outros fatores que não levamos em conta. Resolvi então voltar pra casa. Talvez eu ainda descanse uns dias, mas estou pensando em fazer isso aqui mais perto de casa, num lugar em que eu possa realmente ficar longe de tudo que me estressa, vamos ver.

A viagem até Barbosa foi ótima, acabei sendo levada pra uma festa que tenho verdadeira repugnância que é um RODEIO, mas foi bom porque pude realmente constatar e reafirmar minha aversão a este tipo de divertimento onde o homem se vale de sacrifício de animais para se divertir e divertir aos outros. É de dar pena o sofrimento de cavalos e touros, dá pra ver em seus olhos a dor. Claro que eu torci o tempo todo pelos animais.

Como alguém ainda tem coragem de dizer que não há maltratos? O cavalo só pára de pular quando soltam aquilo que prendem em sua barriga, é de chorar de ver e não de se divertir. Deviam fazer isso com um homem pra ele saber se é sofrimento ou não. Tenho nojo de quem vive disso. Quando vão soltar o animal, passados os 8 segundos, apagam as luzes de toda a arena para que ninguém veja: a soltura das amarras, o alívio do cavalo e ele volta manso como um cavalo normal.

A coisa toda gira em torno de muito dinheiro e pouquíssima cultura, começando pelos famosos locutores que simplesmente assassinam a nossa língua mãe.

Saí de lá muito revoltada com o ser humano que tem a capacidade de raciocínio e é capaz de atrocidades como a que eu vi.

Por outro lado vi cavalos de raça num desfile pela cidade, cavalos realmente bem tratados, mansos e felizes, que são capazes de seguir seus donos como se fossem cachorrinhos, sem estarem presos a nada. Essa á parte boa.

Comi polenta de milho e cuzcuz feitos pela Seguimara. Comi pamonha, pão-de-casa e doce de leite feito pela Petita. Ouvi histórias e fiquei feliz em saber que minhas primas ainda conservam a tradição de se juntarem para fazer pamonha, curau e bolo de milho, tenho recordações da minha casa quando criança, quando nos juntávamos para ralar milho, passar pela peneira, espremer, fazer o curau com o caldo mais fino, pamonha e por fim bolo com o último bagaço. Era uma festa onde todos participavam, uma união da família, hora de contar estórias, brincar e cantar.

Deu muitas saudades de meu tempo de criança e dessas tradições que hoje quase não se vê mais.

Eita coisa boa!

segunda-feira, fevereiro 5

ANIVERSÁRIO DE BARBOSA

Estive este final de semana na cidade de Barbosa-SP, minha terra natal. Estávamos festejando os 47 anos de emancipação política.
A festa foi uma das maiores que eu já na cidade, muita alegria, fogos e no domingo o desfile de várias fanfarras da região e também algumas comitivas e carros alegóricos.
O prefeito Mario e sua esposa Eni estão de parabéns pelo magnífico presente aos barbosenses.

Minha prima Seguimara me hospedou mais uma vez em sua casa, era mulher que não acabava mais: ela e as três filhas e eu com a minha, ela é uma anfitriã sem igual, o único perigo é voltar de lá com alguns quilinhos a mais...rs

Aqui minha companheira, a Lua de Barbosa.


Aqui nesta foto estão: Alessandra, eu e Seguimara (primas)



Abaixo vocês podem ver coisas muito diferentes como o carro de boi.

BARBOSA II

A Igreja de Nossa Senhora Aparecida.



Aqui abaixo no desfile de cavalos fiquei maravilhada com a beleza e saúde dos animais, a impressão que se tem é que são tratados feito reis. Todos fizeram apresentações, sem nenhum grito ou chicotada, apenas com gestos dos donos, é impressionante!




sexta-feira, fevereiro 2

BEIJOS PRA TODOS!


O DIA DA LIBERDADE


O DIA DA LIBERDADE
Vera Vilela



Amélia ainda se lembra quando, há 5 anos, o marido resolveu passar o dia na praia com ela e os filhos. Rafael veio de carro com os apetrechos e comida. Ela veio a pé com os filhos chorando o caminho todo porque seus pezinhos estavam queimando. Eles eram proibidos de entrar no carro com o pé sujo de areia.

Após 2 horas de passeio o caçula da família espetou o pé dentro da água e voltou chorando com o pé sangrando. Rafael já se levantou bravo e encheu de palmadas o filho por ter se machucado. Xingou a mulher por não cuidar direito dos filhos, pegou uma cerveja e tomou-a num gole só.

O caçula chorava incomodando o pai. Este então, muito bravo, pegou a toalha que estava na cadeira e chicoteou o menino até suas costas avermelharem. Amélia em desespero gritava, mas, quanto mais ela gritava, mais ele batia. O menino revirou os olhos e os fechou de vez com um chute que Rafael desferiu em sua cabeça. A mãe apavorada tentava inutilmente segurar o marido, mas, ele a jogava longe toda vez que se aproximava.

Na última tentativa ela caiu sobre o isopor com cerveja virando-a e fazendo um dos cascos quebrarem. Ela olhou e viu a garrafa partida, seus olhos faiscaram quando percebeu que aquela podia ser a sua salvação e do filho.

Pegou pelo gargalo da garrafa e desferiu um golpe em seu marido. Acertou sua cabeça. Ele virou-se com ódio e ela enterrou a garrafa em sua garganta, fazendo o sangue jorrar em bica do lado de seu pescoço.

Pegou os dois filhos e os colocou dentro do carro, ouvia o marido gritar por socorro. Antes que pudesse mudar de idéia e ir até ele, os gritos cessaram.
Seu filho mais novo acordou do desmaio e nada entendia, o mais velho tinha a cabeça abaixada e fingia nada ver. Como era outono e a praia estava deserta, ela resolveu levar os filhos até em casa e voltar.

Trancou-os e pediu que não atendessem a ninguém.

Voltou até a praia e percebeu que o marido estava morto, nada mais podia ou queria fazer. Arrastou-o com dificuldade até o carro, jogou no porta malas já forrado com plástico de cobertura.

Com calma conduziu o corpo do marido até o cais e o lançou no mar. Foi para casa, lavou todo o carro. Voltou para a praia e com um pá, removeu o sangue da areia junto com os cacos de garrafas.

Às 10 horas do dia seguinte ela foi até a delegacia e registrou o desaparecimento do marido que já era conhecido por sua violência com a família.

O corpo nunca apareceu e ela continua, sempre no mesmo dia do ano, comparecendo ao cais, joga flores ao mar, abaixa a cabeça e diz bem baixinho:

-Queime no fogo do inferno, miserável!

Faz o sinal da cruz e vai embora.

UM TERRÍVEL ENGANO


UM TERRÍVEL ENGANO
Vera Vilela



Tive sorte naquele dia, cheguei à plataforma de embarque e o ônibus já estava de saída. Entreguei rapidamente o bilhete ao motorista e fui procurar meu assento. Número 33- janela, dizia meu bilhete. Morando no interior e trabalhando na capital precisava viajar todo fim de semana.

Encontrei enfim meu assento, mas, curiosamente um homem idoso se apossou do assento de meu número, ao lado da janela. Fiquei por instantes em pé olhando fixamente para os olhos dele que se mostravam tranqüilos. Para não atrasar a partida resolvi me sentar e aguardar, afinal a viagem é longa.

Assim que o ônibus chegou a estrada me levantei e fui ajeitar minha mala de mão no bagageiro interno. Arrisquei uns olhares insatisfeitos para o velho senhor que prontamente se levantou e se ofereceu para me ajudar. Imaginei que logo após ele deixaria que eu me sentasse em minha poltrona e se acomodaria na do corredor, mas, isso não aconteceu. Rapidamente ele se sentou no mesmo lugar e eu fiquei tentando me acalmar. Arrisquei então uma pergunta:

- Qual é o número desse assento que o senhor ocupa?

- Se não me engano senhorita é o número 33. – Ele me respondeu.

Mas aquilo foi ultrajante. Então ele não se enganara, sentou deliberadamente em meu lugar.

Vejo então ele abrir uma sacolinha de supermercado que carregava e tirar de dentro um pacote de bolachas. Ele educadamente me ofereceu mas, minha vontade naquele momento era de dizer mesmo a ele – Não, obrigada, prefiro que devolva meu assento.

Ele então se dirigiu a mim e disse:

- Qual é o nome da senhora? Viaja sempre para o interior?

- Me chamo Graziela, muito prazer! Viajo sim, todas as semanas neste mesmo horário. E o senhor?

- Meu nome é Armando, estou indo visitar uma netinha que adoeceu. Minha filha mora no interior.

A conversa não teve continuidade pois, minha personalidade forte me lembrava o tempo todo da poltrona de número 33, na janela, que era minha.

O senhor Armando então adormeceu após me irritar durante algum tempo com o barulho da mastigação e logo após a limpeza em seus dentes que fez pacientemente, ora chupando o ar, ora com a língua e ora com o próprio dedo.

Meus nervos estavam à flor da pele. Tentei cochilar, mas, o barulho que meu vizinho de poltrona fazia ao respirar era muito alto, cheguei a pensar em dar-lhe um chacoalhão mas, me contive.

Após três horas consecutivas de tortura com as comilanças e ressonâncias do senhor Armando, finalmente chegamos em nossa primeira parada. Levantei-me rapidamente já planejando voltar antes do senhor Armando e sentar-me confortavelmente, finalmente, em meu assento.

Fui até a lanchonete e esperei que ele saísse. Assim que isso aconteceu, corri para dentro do ônibus, sentei-me no assento de número 33, respirei profundamente, aliviada. Recostei a cabeça na janela e mesmo antes de o ônibus partir já estava dormindo. Ainda faltavam mais de 4 horas de viagem.

Ouvi alguém me chamando, parecia sonho:

- Dona Graziela, dona Graziela, por favor!

- Sim...Hein? Ahh! Senhor Armando! Pois não!

- A senhora poderia me dar esse encosto de cabeça, eu o uso por causa de dores na coluna?

- Claro! Me perdoe senhor Armando. Nem percebi e encostei a cabeça nele.
Minha vontade era mesmo de torcer o pescoço dele. Me fez perder 3 horas de sono ocupando meu lugar e depois ainda me acordava por causa de uma porcaria de encosto de cabeça?

A viagem prosseguiu calmamente, só que depois de tudo eu me sentia como uma rainha em seu trono, era só o senhor começar a roncar eu dava uma cotovelada , ouvia um “uh” e dormia novamente.

O senhor Armando continuou com sua comilança, mas, por duas vezes eu lhe perguntei se podia comer em pé porque estava cansada e precisava de umas horas de sono. Ele me atendeu nas duas vezes sem reclamar. Afinal, depois de estragar 3 horas de minha viagem, era o mínimo que podia fazer por mim.

Horas depois eu senti que o ônibus havia parado. O motorista avisou a todos a chegada. Esperei que o senhor Armando se levantasse e, ele gentilmente se despediu de mim que, com muita má vontade arrisquei um sorriso. Levantei-me, peguei minha bagagem e desembarquei.

Estranhei muito meu irmão não estar ainda na rodoviária me esperando.

Resolvi então olhar o relógio. Eram 7:30 horas da manhã. Estranhei também o horário e me dirigi a uma pessoa que estava ali aguardando:

- Senhora, que horas são?

- Agora são 7:32 horas.

- Poxa vida! O meu ônibus esta semana chegou mais cedo.

- Não chegou não. A senhora chega sempre no mesmo ônibus que meu filho, às 7:45 horas.

- Mas, não era este? –
Eu perguntei já muito sem graça.

- Não. Este é o ônibus extra por causa do feriado prolongado.

Eu gelei naquele momento e resolvi olhar meu bilhete.

Plataforma de embarque – 27
Horário de chegada – 07:30h
Poltrona – 33

Meu Deus! Que injustiça. Chamei o motorista que já ia entrando no ônibus para levá-lo para a garagem.

- Senhor, conhece aquela pessoa que viajou ao meu lado?

- Conheço sim. É um homem muito doente, me contou quando eu o interpelei na primeira parada, afinal ele comprou duas passagens para viajar deitado, mas, a senhora ocupou um dos lugares. Ocorre que ele me pediu que não a incomodasse porque a senhora parecia estar com problemas.

A partir daquele dia aprendi a não julgar as pessoas sem antes saber exatamente de quem se trata e tento sempre olhar pelo seu ponto de vista antes de olhar pelo meu.

AMORES VIRTUAIS


AMORES VIRTUAIS
Vera Vilela



Tudo o que ela queria era se sentir amada, ter um carinho, ainda que fosse virtual. Pensou bem e decidiu que aquele poderia ser o seu amor de "faz de conta".

Durante algum tempo, ela se aproximou dele, aceitou suas cantadas batidas, suas palavras já cem mil vezes repetidas.

Seus poemas eram antigos, muitas já o leram, acharam maravilhosos os versos de amor!

Mas para ele, era tudo muito simples, um e-mail, um poema e várias destinatárias. Algum tempinho depois ele teria muitas respostas apaixonadas e carentes.

Ela continuou com seu jogo de sedução, ele aproveitou.

Ele disse da enorme vontade em conhecê-la, e ela delirou de alegria, chegou a chorar de emoção com suas palavras genialmente calculadas.

A mulher carente apenas esqueceu de um detalhe. Ele sempre se disse tão sem recursos, funcionário de uma loja, ele exercia a função de ajudante de copiadora - ganhava muito pouco. Mas ela era uma pessoa com a situação financeira definida. Tinha uma empresa de produtos naturais e faturava uma fortuna mensalmente.

Após meses de extrema provocação por parte dele, veio o golpe fatal!

Um telefonema do amor da sua vida dizendo:

-Minha Amada Criatura! Estou acometido de uma doença desconhecida e luto por minha vida. Minha única chance é um remédio importado, mas jamais teria condições financeiras para adquiri-lo.

Ela chorou, se descabelou e ofereceu ajuda a ele. Mas seu amor não aceitou o dinheiro e disse que se sentiria muito mal se tivesse que recorrer justamente a ela. Poderia parecer que ele estava se aproveitando da situação.

Então, ele pediu a ela que entrasse em contato com uma sua irmã que morava no interior e avisasse a ela seu estado de saúde.

Extremamente abalada, ela fez o que o amado a pedira. Chorava sem parar e quando a tal irmã atendeu ao telefone já disse:

-Nem tente se negar a aceitar minha ajuda! Estou depositando hoje mesmo o dinheiro para comprar o remédio de seu irmão, me dê o número de sua conta.

É claro que a falsa irmã se fez de coitadinha, tentou se negar a receber o dinheiro e por fim a fez prometer que nunca contaria nada a ele.

Pegou os dados da moça e fez o depósito na hora!

Passaram-se então 10 dias sem notícias dele. O celular não mais atendia. No telefone anotado da irmã, diziam não conhecer ninguém com aquele nome. Ela então começou a se preocupar. Resolveu ir até aquela cidadezinha no interior a procura dos irmãos.

Lá chegando, conseguiu o endereço que o número daquele telefone estaria instalado. Achou uma velha senhora que dizia ter tido uma moça como empregada, mas, após uma semana de trabalho foi embora.

Muito triste e confusa voltou até a rodoviária para pegar o ônibus de volta, quando entrou com os olhos vermelhos o motorista coçou a cabeça e disse:

- Esta cidade tem algo de muito triste, em 10 dias eu acho que já transportei umas 20 moças chorosas, estranhas à cidade. Coisa esquisita!

quinta-feira, fevereiro 1

UMA CARONA INUSITADA


UMA CARONA INUSITADA
Vera Vilela



Durante mais de dois anos trabalhei em uma cidade distante de minha casa exatamente 35 quilômetros. Toda essa distância era percorrida por uma estrada vicinal que tinha mais buracos que asfalto.

Dos dois lados da estrada o que eu via eram apenas plantações de cana de açúcar a perder de vista.

Por toda a estrada o tráfego principal era de treminhões, aqueles caminhões enormes que carregam cana.

Quando saía mais tarde do trabalho enfrentava a escuridão total, dependendo da lua, às vezes era até gostoso ver o céu estrelado e a lua brilhando no céu.

Eu nunca fui uma pessoa medrosa e nunca acreditei em fatos sobrenaturais, por isso essas viagens diárias eram normais para mim.

Numa dessas noites, aliás, uma noite escura, com céu encoberto: sai bem tarde do serviço. O trânsito neste horário era quase inexistente e logo acendi os faróis do carro. Andei por volta de oito quilômetros onde eu desviaria para outra estrada, diminuí a velocidade, liguei a seta e entrei devagar no trevo de acesso. Avistei uma mulher esperando uma carona com um bebê no colo e logo imaginei ser uma criança precisando de um médico.

Parei o carro e deixei que a mulher se acomodasse no carro, ela se sentou no banco de trás e me contou que ficaria logo a frente, uns três quilômetros, na casa de sua mãe. Dizia que ela devia estar preocupada porque faziam dois dias que não se falavam, e que não conseguiu ir até lá a pé.

E assim fiz, mas, por gentileza entrei na cidade e a deixei na casa de sua mãe. Somente quando cheguei em minha casa, vi no banco de trás uma manta de lã que deveria ser do bebê. Resolvi voltar lá no dia seguinte e devolvê-la.

Cheguei na casa dela muito cedo, por volta das 7:30 horas. Quando a dona da casa me viu com a manta na mão – veio em meu encontro e disse:

Onde achou essa manta? É de minha netinha! Minha filha desapareceu há dois dias com ela e ninguém tem notícias.

Contei àquela senhora a minha história, mas, ela não acreditava no que eu dizia. Mas eu vi a mulher entrar na casa!

Achei melhor sair para colocar as idéias em ordem, o irmão da moça veio até mim e disse ter ouvido o que eu falei e me propôs que eu o levasse até o trevo onde encontrei a sua irmã.

Fomos então até o trevo e mostrei ao rapaz o local exato onde estava sua irmã. O rapaz então olhou ao redor e avistou por cima do canavial algumas roupas.

Fui com ele até o local e o que vimos foi horrível, vou dizer apenas que lá estavam os corpos da mulher e da criança, ambos nus e sem vida.

O assassino foi preso, fiquei sabendo que fora um homem que parou para dar carona a mulher. Acharam no local um documento que provavelmente caiu da roupa do bandido.

22/06/2004

SEM ADEUS


SEM ADEUS!
Vera Vilela


Augusto chegou até a porta do quarto do filho pela primeira vez desde o dia em que tudo aconteceu.A primeira coisa que viu, quando entrou, foi um porta-retrato sobre a cômoda. Nele estava Rodrigo, com apenas dois anos de idade, as pernas enlaçadas no pescoço do pai, mãos soltas, para cima, no ar, mostrando a grande confiança que os filhos têm nos pais.

Entrou e se sentou na cama – a colcha com o símbolo do time do coração, o mesmo que o do pai. Olhou em volta, entre tantos conjuntos e bandas de rock, está o pôster dos Beatles que lhe dera quando fez cinco anos. Na porta do armário, outra foto: os pais juntos, abraçados, tirada há oito anos, antes da separação.

Encheu-se de coragem e pegou o grosso diário na gaveta cheio de recordações. Na capa, um desenho estranho colado com o nome "sepultura". Será algum conjunto de rock?

Abriu as páginas, viu que não se tratava de um diário comum; nelas estavam gravados vários anos da vida de seu filho, mostrando passagens de meses, anos, muitas anotações, papéis de bala, recortes de jornais, guardanapos de papel com batom.

Não sabia de nada do filho. Não sabia os nomes de seus amigos, das namoradas, paqueras. Tudo aquilo ali, dentro do diário, era a vida do seu filho. Ele sentou-se na cama e mergulhou na leitura, folha após folha, percebendo que ele começou a escrever com 10 anos de idade, exatamente no dia de sua separação. A primeira frase teve o efeito de um soco na cara:


"Ele foi embora. O que será de mim agora? Quem tomará conta de minha mãe? Quem vai me explicar as tantas coisas que preciso saber? Acho que ele nunca mais voltará. Nem ao menos me disse adeus. Nem me perguntou se quero ir embora com ele. Eu queria".

As lágrimas começaram a correr pelo rosto, pingando sobre o diário. Ele protegeu o diário no peito e chorou.

Quando se acalmou, voltou à sua leitura. Várias páginas seguintes - uma verdadeira batalha emocional do filho - Rodrigo descreve toda a sua angústia e saudade do pai. Disse que ouviu várias ligações entre os pais, que se digladiaram durante meses a fim de partilhar seus bens.

- Como pude te fazer isso, Rodrigo? – pensou tristemente Augusto.

Na próxima página, a estréia de Rodrigo no time principal de futebol na escola.
- Hoje estréio no time da escola. Mamãe convidou todos os parentes para me verem jogar. Pediu ao tio Gustavo que me leve, para que eu não chegue ao estádio com a mãe à tiracolo. Ela sempre pensa em tudo, mas, o que eu queria mesmo era meu pai aqui. Ele sempre gostou tanto de futebol, ia ficar orgulhoso de mim!

Mais uma pausa para Augusto chorar. Ele jamais viu o filho disputar uma partida de futebol, nunca ligou para saber. A sua ex-mulher ligou várias vezes, o chamando para ver o filho, mas seu orgulho de macho abandonado falou mais alto que o instinto paterno. Em oito anos ele nunca mais voltára a falar com o filho.

- Quanto tempo perdido! – pensou Augusto – Que Egoísmo!

Abriu novamente e folheou algumas páginas. Chegou a uma em especial, de dois anos atrás, um recorte de jornal com sua foto e a manchete ”Augusto Medeiros é o novo presidente da multinacional DANGER'S!”

Releu aquela notícia toda e no fim da página uma anotação:

“Decidi! Vou cursar administração de empresas, como meu pai!”

Augusto chorou sem parar. Ele escolhera sua profissão, seu esporte, seu corte de cabelo, seu conjunto de rock, sua aparência física, enfim, ele era seu modelo.

Encheu-se de coragem e foi até a última página – a da despedida! Então leu:

”Hoje faz exatamente oito anos que a pessoa que mais admirei no mundo se foi. Ele foi e nunca mais voltou. Esperei dias, meses, anos e nada. Não suporto mais esta espera sem fim. Sinto que o mundo perdeu o sentido. Vivi para agradar meus pais, principalmente meu herói, aquele que me contava histórias antes de dormir, aquele que me levava para pescar e, juntos passávamos o dia todo conversando. Não agradei a ninguém e, principalmente, não agradei a mim. Faço força para me fingir normal, alegre, mas esta força toda se foi. Minha espera terminou. Li hoje, no jornal, que meu pai foi convidado para presidir a sede de uma filial da empresa, que será inaugurada no Canadá. Ele viajou nesta manhã. Nem ao menos um adeus... novamente.”

Augusto soluçou alto, Margareth entrou no quarto, sentou-se ao lado de Augusto e o confortou com as mãos em suas costas. Augusto respirou fundo e voltou à página.

Abaixo da escrita tem o recorte com a notícia da sua promoção, mais abaixo outra mensagem de Rodrigo.

”Durante estes oito anos mamãe nunca mais teve outro homem, ela sabe que eu não suportaria, seria como desistir da espera. Para agüentar tudo isso ela cada vez mais tem tomado vários comprimidos, calmantes, e outras drogas que nem sei dizer para que são. Estão todas aqui.”

A seguir um recado para sua mãe:

“Deixo aqui uma carta para você e outra para o Senhor Augusto.”

"Mamãe: não ousei tomar seus remédios, pois sei que não se perdoaria jamais. Por isso deixo-os aqui para que veja que nada tem a ver com o que estou fazendo. Eu te amo muito minha mãe, e sei que me ama também. Não chore, pois quando ler este recado creia-me: estarei muito feliz! Te amarei eternamente!".


"Senhor Augusto: sinto ter te decepcionado tanto. A partir de agora, não mais precisarei te esperar. Vou ao encontro do meu Pai maior, aquele que nunca abandona seus filhos. Minha mãe me ensinou que você sempre foi muito religioso, por isso, rezarei um Pai-Nosso antes de ir."

Augusto levantou-se, atravessou o quarto e todas as recordações do filho amado. Foi até a sala, olhou em volta e deixou a sua cabeça vaguear em lembranças. Seu choro parou repentinamente. Olhou para Margareth, que chorava desesperadamente. Virou-se e saiu. Mais uma vez... sem adeus.


26/04/2004