UMA HISTÓRIA DE AMOR
Vera Vilela
Vera Vilela
Estava eu mais uma vez no meu Café preferido em companhia de minhas colegas de trabalho. Todos os dias após o almoço passávamos lá, no mesmo lugar para tomar nosso cafezinho.
Como sempre nos últimos dez dias um homem me chama a atenção do outro lado do balcão. Um rapaz de seus 30 e poucos anos, sempre com seu traje impecável; terno e gravata, cabelos negros lisos e brilhantes, olhos também negros, profundos e provocantes - um homem realmente bonito, sedutor e apaixonante.
Tomamos nosso rápido café e saímos. Tive uma noite muito agitada, sonhei com o rapaz do café, estávamos fazendo amor. Acordei super animada e coloquei uma roupa justa e provocante, saia vermelha com uma fenda ao lado e blusa branca bem decotada e com babados, estava bonita reconheço.
Cheguei ao escritório como sempre antes do horário e fiquei aguardando ansiosamente meu horário de almoço para rever o homem do meu sonho. Finalmente olho no relógio e vejo que faltavam apenas cinco minutos para meu almoço, pareço uma adolescente, corro, arrumo a mesa e....
-Dona Beatriz, preciso que termine este trabalho para a reunião que farei logo após o almoço! E me deu uma pilha de papéis em rascunhos com pautas para a reunião. Soltei bem baixinho um “ufa”! Mas como profissional que era não poderia negar o pedido.
Consegui digitar tudo, imprimir e levar para a copiagem e encadernação em cinqüenta minutos, só me restavam uns 20 minutos para chegar ao café e ficar sem meu almoço, pois eu iria secretariar a reunião.
Cheguei correndo no Café e quando estacionava o carro via o meu príncipe sair do Café com uma cara de desapontamento e entrar em seu carro. Ele não me viu.
Entrei desolada no Café e minhas amigas logo foram avisando que meu paquera já havia saído.
Eu nem tomei meu café, peguei um pãozinho de queijo e voltei ao trabalho mastigando para matar a fome. Tive tempo apenas para escovar os dentes e ajeitar a maquiagem.
Me dirigi a reunião e já fui distribuindo os cadernos a cada um notando que uma das cadeiras estava vazia com o nome Rodrigo Alves, estava na cabeceira da mesa, oposta ao sócio majoritário da empresa.
Enquanto estava de costas assumindo meu lugar percebi que alguém entrou e se sentou no lugar vago. Levanto os olhos e instantaneamente nosso olhar se cruza, é ele, o rapaz do Café. Minhas pernas bambearam, segurei minhas coxas uma contra a outra para conter o nervosismo.
Meu chefe se levanta e pede à atenção de todos avisando:
-Sr. Rodrigo é meu sobrinho e único herdeiro, a partir de hoje tomara conta dos negócios da família, estou velho e cansado, quero aproveitar um pouco a vida.
Afrouxou um pouco a gravata e foi de um a um, dando adeus aos sócios da empresa e a mim, embora eu não tenha entendido deu uma piscadela notada pelo seu sobrinho. Ruborizei na hora.
A reunião foi rápida e assim que percebi as pessoas saindo já me enfiei no meio para sair sem ser notada, mas Sr. Rodrigo me chamou pelo nome e pediu que aguardasse.
Saindo todos, ele se dirigiu a mim e me pediu que o acompanhasse para um almoço, pois sabia que eu não tinha almoçado e ele também ainda não. Tentei ser simpática, não demonstrar meus sentimentos e o segui até seu carro.
O almoço estava marcado com antecedência em um motel bem perto do escritório, ele tramou tudo antes. Entramos e já havia música ambiente, me pegou pelos braços e me perguntou?
-Você costuma sair com seu chefe?
Eu respondi:
-Claro que não, nunca, não misturo as coisas. (indignada)
Então ele disse olhando bem dentro dos meus olhos:
-Considere-se despedida, vai ser minha mulher.
Me abraçou e começamos a dançar lentamente, eu não conseguia pronunciar uma palavra que fosse. Sentia sua excitação crescendo cada momento mais e aconteceu o inevitável.
Ficamos juntos até o dia seguinte. Tomamos um delicioso café da manhã na cama, juntos. Lamentei, mas precisava ir para meu apartamento, pois como trabalhava a semana toda tinha apenas o fim de semana para ajeitar as minhas coisas. Ele se ofereceu para me levar e nesse instante imaginei que sonho lindo eu havia vivido, mas era hora de acordar e olhar nos classificados para achar um novo emprego.
Quando chegou à portaria do meu prédio educadamente o convidei para um café e ele aceitou prontamente me causando estranheza. Subimos calados até o meu andar, só percebi que ele apertava uma mão contra a outra num nervosismo sem fim, mas eu pensava, ele não sabe como me dispensar.
Cheguei à porta do apartamento e novamente por educação o chamei para dentro, ele entrou antes, eu senti um perfume forte de rosas no ar. Quando me virei vi toda a minha sala lotada de rosas vermelhas e brancas, todo o apartamento estava florido, peguei um cartãozinho e li:
-Há muito tempo te quero e te desejo, seja minha!
E cada bilhetinho tinha um recado parecido, até que cheguei na cama e a via coberta de pétalas de rosa e com um balde, champanhe e duas taças, perto havia outro bilhete, ele o pegou me abraçou me deu um longo beijo cheio de ternura e disse, leia o bilhete, se não concordar é só me devolvê-lo e sairei sem dizer uma palavra. Abri o envelope, havia um bolsinho de veludo vermelho com um anel maravilhoso dentro e junto um bilhete escrito:
-Isto é um pedido de casamento, seu beijo em meu rosto será o seu não, e seu beijo em minha boca será o meu sim.
Olhei por instantes para aquele homem encantador, e pensei que realmente estava num sonho, aquilo não poderia ser realidade. Cheguei perto dele, segurei seu rosto com minhas mãos, ele fez o mesmo e dei um longo beijo em seu rosto. Rapidamente seus olhos brilharam e se marejaram, então dei beijo em sua testa, e depois em seus olhos, no queixo e depois fitando seus dos olhos encostei meus lábios aos seus e me entreguei a toda a sua paixão.
Foi então um fim de semana todinho de amor, paixão e tesão, uma história de amor que ainda não teve fim.
*Imagem by Alan Ayers
Como sempre nos últimos dez dias um homem me chama a atenção do outro lado do balcão. Um rapaz de seus 30 e poucos anos, sempre com seu traje impecável; terno e gravata, cabelos negros lisos e brilhantes, olhos também negros, profundos e provocantes - um homem realmente bonito, sedutor e apaixonante.
Tomamos nosso rápido café e saímos. Tive uma noite muito agitada, sonhei com o rapaz do café, estávamos fazendo amor. Acordei super animada e coloquei uma roupa justa e provocante, saia vermelha com uma fenda ao lado e blusa branca bem decotada e com babados, estava bonita reconheço.
Cheguei ao escritório como sempre antes do horário e fiquei aguardando ansiosamente meu horário de almoço para rever o homem do meu sonho. Finalmente olho no relógio e vejo que faltavam apenas cinco minutos para meu almoço, pareço uma adolescente, corro, arrumo a mesa e....
-Dona Beatriz, preciso que termine este trabalho para a reunião que farei logo após o almoço! E me deu uma pilha de papéis em rascunhos com pautas para a reunião. Soltei bem baixinho um “ufa”! Mas como profissional que era não poderia negar o pedido.
Consegui digitar tudo, imprimir e levar para a copiagem e encadernação em cinqüenta minutos, só me restavam uns 20 minutos para chegar ao café e ficar sem meu almoço, pois eu iria secretariar a reunião.
Cheguei correndo no Café e quando estacionava o carro via o meu príncipe sair do Café com uma cara de desapontamento e entrar em seu carro. Ele não me viu.
Entrei desolada no Café e minhas amigas logo foram avisando que meu paquera já havia saído.
Eu nem tomei meu café, peguei um pãozinho de queijo e voltei ao trabalho mastigando para matar a fome. Tive tempo apenas para escovar os dentes e ajeitar a maquiagem.
Me dirigi a reunião e já fui distribuindo os cadernos a cada um notando que uma das cadeiras estava vazia com o nome Rodrigo Alves, estava na cabeceira da mesa, oposta ao sócio majoritário da empresa.
Enquanto estava de costas assumindo meu lugar percebi que alguém entrou e se sentou no lugar vago. Levanto os olhos e instantaneamente nosso olhar se cruza, é ele, o rapaz do Café. Minhas pernas bambearam, segurei minhas coxas uma contra a outra para conter o nervosismo.
Meu chefe se levanta e pede à atenção de todos avisando:
-Sr. Rodrigo é meu sobrinho e único herdeiro, a partir de hoje tomara conta dos negócios da família, estou velho e cansado, quero aproveitar um pouco a vida.
Afrouxou um pouco a gravata e foi de um a um, dando adeus aos sócios da empresa e a mim, embora eu não tenha entendido deu uma piscadela notada pelo seu sobrinho. Ruborizei na hora.
A reunião foi rápida e assim que percebi as pessoas saindo já me enfiei no meio para sair sem ser notada, mas Sr. Rodrigo me chamou pelo nome e pediu que aguardasse.
Saindo todos, ele se dirigiu a mim e me pediu que o acompanhasse para um almoço, pois sabia que eu não tinha almoçado e ele também ainda não. Tentei ser simpática, não demonstrar meus sentimentos e o segui até seu carro.
O almoço estava marcado com antecedência em um motel bem perto do escritório, ele tramou tudo antes. Entramos e já havia música ambiente, me pegou pelos braços e me perguntou?
-Você costuma sair com seu chefe?
Eu respondi:
-Claro que não, nunca, não misturo as coisas. (indignada)
Então ele disse olhando bem dentro dos meus olhos:
-Considere-se despedida, vai ser minha mulher.
Me abraçou e começamos a dançar lentamente, eu não conseguia pronunciar uma palavra que fosse. Sentia sua excitação crescendo cada momento mais e aconteceu o inevitável.
Ficamos juntos até o dia seguinte. Tomamos um delicioso café da manhã na cama, juntos. Lamentei, mas precisava ir para meu apartamento, pois como trabalhava a semana toda tinha apenas o fim de semana para ajeitar as minhas coisas. Ele se ofereceu para me levar e nesse instante imaginei que sonho lindo eu havia vivido, mas era hora de acordar e olhar nos classificados para achar um novo emprego.
Quando chegou à portaria do meu prédio educadamente o convidei para um café e ele aceitou prontamente me causando estranheza. Subimos calados até o meu andar, só percebi que ele apertava uma mão contra a outra num nervosismo sem fim, mas eu pensava, ele não sabe como me dispensar.
Cheguei à porta do apartamento e novamente por educação o chamei para dentro, ele entrou antes, eu senti um perfume forte de rosas no ar. Quando me virei vi toda a minha sala lotada de rosas vermelhas e brancas, todo o apartamento estava florido, peguei um cartãozinho e li:
-Há muito tempo te quero e te desejo, seja minha!
E cada bilhetinho tinha um recado parecido, até que cheguei na cama e a via coberta de pétalas de rosa e com um balde, champanhe e duas taças, perto havia outro bilhete, ele o pegou me abraçou me deu um longo beijo cheio de ternura e disse, leia o bilhete, se não concordar é só me devolvê-lo e sairei sem dizer uma palavra. Abri o envelope, havia um bolsinho de veludo vermelho com um anel maravilhoso dentro e junto um bilhete escrito:
-Isto é um pedido de casamento, seu beijo em meu rosto será o seu não, e seu beijo em minha boca será o meu sim.
Olhei por instantes para aquele homem encantador, e pensei que realmente estava num sonho, aquilo não poderia ser realidade. Cheguei perto dele, segurei seu rosto com minhas mãos, ele fez o mesmo e dei um longo beijo em seu rosto. Rapidamente seus olhos brilharam e se marejaram, então dei beijo em sua testa, e depois em seus olhos, no queixo e depois fitando seus dos olhos encostei meus lábios aos seus e me entreguei a toda a sua paixão.
Foi então um fim de semana todinho de amor, paixão e tesão, uma história de amor que ainda não teve fim.
*Imagem by Alan Ayers
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