quarta-feira, fevereiro 8

SAPATO APERTADO


Sapato Apertado

Sylvia Cohin

Eu tinha um par de sapatos
que os meus pés apertavam,
bonitos, mas eram duros
e muito me incomodavam...
Sempre que os calçava
depois era um sofrimento
eu zangada reclamava
daquele eterno tormento !
No frio era bem pior
os sapatos encolhiam,
o pé ficava maior,
Ai... Como meus pés sofriam!
Tanto chão pra percorrer,
era tão dura a jornada,
e eu cabisbaixa a sofrer
sem pés para a caminhada...
Até pra guerra os sapatos
precisam ser flexíveis
pra carregar artefatos
nas missões mais impossíveis...
(...E guerra é o que não falta
na caminhada da vida
sapato mole faz falta,
dos pés... a melhor guarida...)
Tomei uma decisão
depois de muito pensar
tirar meus pés da prisão
e seguir sem me cansar...
Confesso, foi complicado
desistir dos meus sapatos,
pisar o chão encrespado
com meus pés estupefatos!
Mas oh, descoberta feliz,
corri leve como pluma,
pés descalços, aprendiz...
com tudo a gente acostuma!
Daqueles já estou liberta
e aprendi uma lição:
quando um sapato me aperta,
ando com ele na mão !!
E se correndo calçada
torno a corrida mais falsa
não me quero disfarçada:
prefiro correr descalça...


Sylvia Cohin
Cidade do Porto, 02.02.2006
(última estrofe - bela colaboração complementar...)
(17:28h)

Muitas vezes nós fazemos,
O caminhar ser muito mais duro,
Porque certamente queremos,
Ancorar num porto seguro.

Se desatássemos os cadarços,
Deixássemos os pés descalços,
Não nos fariam falta os laços,
Sabendo que nem tudo é percalço.

Se ousamos tirá-los, atentos,
Com o solo mantendo contato,
Não ficariam tanto tempo,
Pés sufocados em sapatos...

SoninhaValle
SP-Brasil
08.02.2006 - 23hs20

Um comentário:

Anônimo disse...

Verinha Querida, você me perguntou se gostei??? Maninha, ficou lindo! que surpresa maravilhosa e que bom estar aqui junto com você! Adorei sua casa e rever seu rosto daqui de tão longe me deu saudade muita.
Um beijo, obrigada por este lindo presente, estaremos em contato através do blog também. Tua Mana