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sexta-feira, março 31
terça-feira, março 28
VISÃO DO INFINITO - 2ª parte de MEIA LUZ
VISÃO DO INFINITO
Vera Vilela
Vera Vilela
(segundo capítulo do conto - Meia Luz)
Ali estava meu amado, Rodolfo, todo encolhido no canto da parede, braços cruzados e olhos fixos no corpo inerte. Quanta estupidez!
Exageramos na dose: foi amor demais. Foi tanta emoção, tanto amor, tanta paixão. As loucuras que fizemos nesse quarto passaram do ponto. Apesar de ser apenas essência do meu ser, posso sentir seu perfume, seus dedos e sua boca deslizando sobre o meu corpo. Posso ainda ver nossa energia suspensa neste ambiente. São pontos pequeninos de luz azul, laranja e vermelho. Nosso ato hoje foi como um ritual macabro de amor e paixão. Nem sei de onde veio aquela adaga e como estava ali em minhas mãos.
Dançamos coladinhos, experimentamos sensações máximas de amor, sedução e prazer. Chegamos bem perto da sensação maior de sermos deuses. Acho que isso deve ter ferido alguma norma etérea, não nos era permitido tanto. Quando entreguei a adaga a Rodolfo, minha sensação era um desejo imenso de ser cortada, de sangrar. Sentia-me estranhamente cheia, transbordante. Precisava de algo que rompesse a casca do meu corpo.
Rodolfo, completamente hipnotizado pelo momento mágico, segurou a adaga e com apenas um golpe abriu meu peito. Senti o sangue quente correr entre os seios e inundar minha barriga. Aos poucos fiquei sonolenta e sentia ao longe a voz de Rodolfo:
- Não me abandone Amália! Não me deixe! Que loucura eu fiz!
Eu apenas sentia o derradeiro prazer do sono. Os lábios de Rodolfo captaram meu último suspiro. Senti apenas meu corpo leve, flutuando no quarto. Agora vejo apenas meu grande amor, no canto da parede com o olhar fixado em meu corpo inerte. Ele balbucia algo, parece a letra de uma nossa antiga canção. Não consigo ir embora. Sinto-me presa a ele como se agora fôssemos apenas um.
Ó DÚVIDA CRUEL!
segunda-feira, março 27
domingo, março 26
PARA MEDITAR
EU SOU
Eu sou luz resplandecente,
luz radiante, luz intensificada.
Deus consome a minha escuridão
transmutando-a em luz.
Hoje EU SOU um foco de Sol Central.
Através de mim corre um rio de cristal,
uma fonte vivente de luz
que nunca pode ser corrompida
por pensamentos e sentimentos humanos.
EU SOU um posto avançado do Divino.
A escuridão que se serviu de mim é consumida
pelo poderoso rio de luz que EU SOU!
EU SOU, EU SOU, EU SOU luz.
Eu vivo, eu vivo, eu vivo na luz.
EU SOU a mais completa dimensão da luz;
EU SOU a mais pura intenção da luz.
EU SOU luz, luz, luz
iluminando o mundo onde quer que eu vá,
abençoando, fortalecendo e anunciando
o propósito do Reino dos Céus!
(Meditação Reikiana)
*Compartilhando esse lindo mantra recebido da amiga Lêda Yara
sexta-feira, março 24
MEIA-LUZ
MEIA-LUZ
Vera Vilela
Eram 11 horas da noite quando ouvi o sino da igreja tocar. No quarto, o clarão da lua iluminava o corpo de Amália, à meia-luz, realçando sua pele branca, seus cabelos negros e os seus olhos semi-abertos, de um azul profundo; lábios vermelhos de batom, sua cor preferida. No ar, cheiro do amor, suor, sândalo. Minha vontade era apenas ficar ali, sentado no canto da parede admirando aquele corpo amado. Minhas mãos se esfregavam unidas, úmidas. A menos de uma hora Amália e eu dançávamos. Ela sussurrava a música em meu ouvido:
"Strumming my pain with his fingers, Singing my life with his words,Killing me softly with his song, Killing me softly with his song,Telling my whole life with his words, Killing me softly with his song ... "
Foi impossível resistir àquela voz quente, rouca. Minha pele se arrepiou e um desejo louco tomou conta do meu corpo. Abracei-a forte, até sentir seu coração compassado ao meu. Nos beijamos durante muito tempo, dançávamos e nos beijávamos, apertados, viajando ao som da música.
Olho novamente para Amália. Um corpo perfeito de menina mulher. Vejo no chão o disco quebrado. Roberta Flack: “Strumming my pain with his fingers…” Jamais negaria qualquer coisa a esta mulher.
Meus dedos, minhas mãos. Levei Amália nos braços até a cama. Deitei-a delicadamente e percorri cada pedaço do seu corpo, primeiro com os dedos – causando por vezes suspiros profundos –, depois, com minha boca, eu redesenhei a rota dos dedos.
Ela suplicava! “Killing me softly with his song”
Minha canção era meus dedos. Amália continuava suspirando e cantando.
Nos entregamos finalmente à loucura de nossa paixão. Finalizamos nossa entrega e, juntos, explodimos num prazer como nunca nenhum dos dois havia experimentado.
Amália continuava, cantava, gemia e suspirava. Balançava a cabeça como que zonza de tanto amor. A Lua aparecia e se escondia por trás de seu corpo: “He sang as if he knew me, and all my dark despair and then he looked right through me as if I wasn't there And there he was this young boy, singing clear and strong..”
Estendi minha mão. Ao puxá-la, vi em sua mão uma adaga. Ela me entregou e mostrou seu coração.
Agora Amália está ali. Seu corpo branco, pele macia... fria.
“Telling my whole life with his words, Killing me softly with his song ...”
...quer ler a continuação?
quinta-feira, março 23
AO FILHO QUE NÃO NASCEU!
AO FILHO QUE NÃO NASCEU!
Vera Vilela
Queria agora poder dar,
um beijinho em sua testa!
Queria agora te abraçar,
pular, brincar, fazer festa!
Queria te dar meu seio
para saciar a fome tua.
Queria cantar seu sono,
nós dois mirando a Lua.
Queria saber do teu rosto
tão pequeno e tão sensível.
Queria conseguir te ver
uma vez apenas se possível.
Queria poder te dar
tantos beijos até cansar.
Queria segurar suas mãos
e te levar pra passear.
Queria poder trocar
A minha vida pela tua.
Queria dar-te a chance
de soltar pipa na rua.
Queria poder ter te parido.
Queria que tivesses nascido.
Já te sentia com tanta vida.
No entanto já tinhas morrido.
Mas amorzinho tenho esperança,
de um dia de novo te encontrar.
Lá no céu juntinhos ficaremos
ouvindo todos os anjos a cantar.
Queria agora poder dar,
um beijinho em sua testa!
Queria agora te abraçar,
pular, brincar, fazer festa!
Queria te dar meu seio
para saciar a fome tua.
Queria cantar seu sono,
nós dois mirando a Lua.
Queria saber do teu rosto
tão pequeno e tão sensível.
Queria conseguir te ver
uma vez apenas se possível.
Queria poder te dar
tantos beijos até cansar.
Queria segurar suas mãos
e te levar pra passear.
Queria poder trocar
A minha vida pela tua.
Queria dar-te a chance
de soltar pipa na rua.
Queria poder ter te parido.
Queria que tivesses nascido.
Já te sentia com tanta vida.
No entanto já tinhas morrido.
Mas amorzinho tenho esperança,
de um dia de novo te encontrar.
Lá no céu juntinhos ficaremos
ouvindo todos os anjos a cantar.
terça-feira, março 21
NUM DIA...
Num dia comprido assim
Quis mandar um recado pra mim
Calma Vera, nem tudo é fera
Tem gente boa sim
Amigos de vera
Gente que é gente sim!
CRIANÇA
CRIANÇA
Vera Vilela
Criança alegre
Que canta e dança
Esquece que a vida
Te dá a ferida
E depois te amansa.
Criança bonita
Enquanto é pequena
Cresce e enfeia
O mundo que acena
E a mão que te asseia
Criança pura
Ainda sem maldade
Um dia jura
Fazer caridade
Criança adulta
Infância roubada
Nas ruas domada
Aprende quem manda.
É a justiça madrasta.
Criança alegre
Que canta e dança
Esquece que a vida
Te dá a ferida
E depois te amansa.
Criança bonita
Enquanto é pequena
Cresce e enfeia
O mundo que acena
E a mão que te asseia
Criança pura
Ainda sem maldade
Um dia jura
Fazer caridade
Criança adulta
Infância roubada
Nas ruas domada
Aprende quem manda.
É a justiça madrasta.
sexta-feira, março 17
A VIDA NA COZINHA
A VIDA NA COZINHA
VERA VILELA
VERA VILELA
“Naquela mesa ele juntava a gente
E contava contente o que fez de manhã,
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho eu fiquei seu fã.”
Naquela Mesa - Sérgio Bittencourt.
Lembro bem da cena: acordava esfregando os olhos cheios de ramela, grudentos, chamava a mãe, vinha a irmã mais velha para ajudar a limpar. Pijama de flanela que a mãe fazia, o casaquinho de manga comprida, gola, e dois bolsos – nem sei para que os bolsos – calça comprida e só.
Quando chegava na cozinha – que era grande, em volta dela havia três quartos, um para a mãe e o pai, um para os meninos e um para as meninas – a mãe estava lá passando o café no coador de pano que ela mesma costurava. Já tinha tirado do prego por fora da porta a sacola com três filões de pães e no chão dois litros de leite dentro da garrafa de vidro.
Ia ao banheiro, lavava o rosto e voltava pra mesa ainda um pouco zonza, adorava comer pão com o último café que ficava na caneca, bem fraquinho. Eu não tomava leite, não gostava, eu acho.
Aos poucos os irmãos iam um a um se levantando, se arrumando, tomando café e saindo. Quando ficava na cozinha eu e a mãe, pensava que ela nunca comia. Nunca a via tomar café ou almoçar.
Eu ia então brincar “lá fora” no “terrero” como ela mandava, porque filho dentro de casa só aprontava. Quando ela ia lavar a roupa eu implorava pra ela deixar eu lavar as “roupas pequenas” (roupas íntimas), adorava ficar mexendo na água. Ela colocava água em uma grande bacia de alumínio e me dava um pedaço de sabão para esfregar a roupa. Que delícia!
Chegando o horário do almoço ela já me chamava para ajudar. Eu lavava a louça numa pia fora de casa, para alcançá-la eu subia num banquinho de madeira. Ajudava também a lavar os legumes para o almoço. Via o carinho e amor que minha mãe fazia aquela comida e como ela era agradecida por ter arroz e feijão todos os dias na mesa, verdura do quintal, às vezes ovos, muito dificilmente uma galinha e raramente um tiquinho de carne.
A comida era feita no fogão a lenha, apesar de termos um fogão a gás, e eu reclamava quando o arroz ficava com “gosto de fumaça”. Às vezes reclamava e não queria comer chuchu e outras vezes não queria comer ovo. Minha mãe dizia:
– Essa aí é pobre e metida!
Mas eu reclamava não por querer algo melhor, era porque eu não gostava mesmo. Comia na boa somente o arroz e o feijão.
Era muito bom no jantar quando via na mesa, a mãe, o pai e os irmãos mais velhos que ficavam fora o dia todo. O olhar da mãe era de satisfação e dever cumprido. Casa arrumada, roupa lavada, comida feita e na mesa, marmitas prontas para o dia seguinte.
Era ali, na cozinha, que tudo era melhor e diferente. Todos reunidos, conversando, às vezes a mãe brigava com o pai e talheres saíam voando. Eu corria para debaixo da cama e olhava através da cortina que substituía a porta do quarto quando a discussão terminava.
Foi ali naquela mesa que vi minha mãe chorar quando o irmão mais velho disse que ia embora para o interior estudar, também chorou quando viu o lugar do meu outro irmão (o segundo) vazio – ele fugiu com a namorada para casar. Ela colocava o cotovelo na mesa e segurava o rosto entre as mãos, e eu também chorava ao ver suas lágrimas molhando a mesa.
Também no mesmo lugar vi minha irmã mais velha, casada, dizer que nós íamos ser titios, o sorriso de minha mãe era uma coisa difícil de se imaginar. Já tínhamos um sobrinho mais velho mas, morava longe e não tínhamos quase contato.
Enfim, acho que por isso em minha casa, até hoje, recebemos as visitas na cozinha, todos à mesa, conversando, tomando um café fresquinho e, se estiver frio, me arrisco a fazer meu famoso bolinho de chuva.
Só não temos hoje em dia é a mesa com tanta gente, os filhos são poucos e a comida é muita. E na mesa falta: a mãe junto ao pai, rindo ou discutindo, mas juntos.
quinta-feira, março 16
E ELE SE FOI
E ELE SE FOI.
Vera Vilela
Quando o vi caí de joelhos,
Entristeci!
Chorei feito criança,
Não entendi!
Seu rosto era gélido,
Inexpressivo!
Mãos de dedos estáticos e frios
Tão passivos!
Não mais sorrisos,
Olhar paternal,
Abraço acalento,
Protetor!
Paciência única,
Seu amor incondicional!
Em um tempo tão curto,
Foi-se embora.
O que eu via não era ele,
Era casca que se vestia o amor,
Casa do carinho e da esperança,
Alegria que era no sorriso de criança.
Quando o vi caí de joelhos,
Entristeci!
Chorei feito criança,
Não entendi!
Seu rosto era gélido,
Inexpressivo!
Mãos de dedos estáticos e frios
Tão passivos!
Não mais sorrisos,
Olhar paternal,
Abraço acalento,
Protetor!
Paciência única,
Seu amor incondicional!
Em um tempo tão curto,
Foi-se embora.
O que eu via não era ele,
Era casca que se vestia o amor,
Casa do carinho e da esperança,
Alegria que era no sorriso de criança.
quarta-feira, março 15
SEM INSPIRAÇÃO
Vera Vilela
Letras,
Que desfilam,
Desconexas,
Flutuam
Sózinhas,
Aos pares,
Miudinhas.
Juntá-las?
Como?
Cantá-las?
Em versos.
Chorá-las?
Poesia.
Declamá-las?
Em prosa?
Um conto?
Uma crônica?
Que tal soneto?
Sonoro!
Que tal uma trova?
Trovinha de amor cantada
que brilha aos olhos pequenos
De meu sempre amado
Com seu rosto sereno.
Difícil juntar
Letras dispersas,
Das teclas
Esperam o som
E as mãos de artista
Que darão o tom.
Letras,
Que desfilam,
Desconexas,
Flutuam
Sózinhas,
Aos pares,
Miudinhas.
Juntá-las?
Como?
Cantá-las?
Em versos.
Chorá-las?
Poesia.
Declamá-las?
Em prosa?
Um conto?
Uma crônica?
Que tal soneto?
Sonoro!
Que tal uma trova?
Trovinha de amor cantada
que brilha aos olhos pequenos
De meu sempre amado
Com seu rosto sereno.
Difícil juntar
Letras dispersas,
Das teclas
Esperam o som
E as mãos de artista
Que darão o tom.
sábado, março 11
A LÍNGUA
quinta-feira, março 9
A MÃE
FALTA DE LETRAS
Desculpem essa falta de letras, essa brancura...
Fase difícil essa, tudo em branco.
As vezes de um dia para o outro tudo muda, fica COLORIDO, como uma poesia que um dia me fizeram, colocarei abaixo.
O colorido que a pessoa na época se referia realmente chegou e foi definitivo.
segunda-feira, março 6
LEILA FAZ ANIVERSÁRIO
Tem coisa mais linda no mundo que um sorriso assim gostoso e expontâneo?
Leila completa mais um ano de vida e espero que nesta nova contagem ela seja ainda mais feliz do que já é. Que tudo o que ela deseja venha devagar para que ela aproveite ao máximo. Que seus sonhos sejam sempre bons, que as pessoas que a rodeiam sejam amigas e verdadeiras. Que o amor pulse forte em seu coração.
Desejo para minha amiga tudo de melhor nesse mundo.
Parabéns e Feliz Aniversário.
quarta-feira, março 1
LELÊ EM VISITA
Ela esteve aqui comigo uns dias, foi uma visita maravilhosa. Ela se foi hoje e já estou com saudades.
Conheci Alessandra há muitos anos, numa sala de bate-papo do UOL, bons tempos aqueles.
Ela é alegre, festiva, sempre de bom humor, é uma companhia excepcional.
Rimos muito juntas, ela me ajudou a escolher o meu novo carro, aliás, se você quiser comprar um carro procure por ela. É uma belíssima e competente vendedora de carros. Espero que ela volte logo.
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