Soneto do maior amor
Vinícius de Moraes
Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer – e vive a esmo
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.
Os textos aqui publicados são protegidos pela Lei dos Direitos Autorais de nº 9610/98 e registrados na Biblioteca Nacional.
quinta-feira, outubro 19
SONETO DO AMOR MAIOR
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário