INSTINTO ANIMAL
Vera Vilela
Aninha, pobre menina
Infância pobre e sozinha
Mãe no trabalho
Ela na cozinha
Tão pequena ainda
Que pra lavar
Deita no chão um banquinho
Cinco da tarde,
A mãe chega
Ainda sobra um tempinho
Vai pra rua brincar, o anjinho
João, homem rude
De todos conhecido
Com grande dote concebido
Forasteiro só, desenxabido
De sua terra fora banido
Trabalha o dia todo
A tarde passa no bar
E se enche de cachaça
De instinto animal
É carcomido
Sente na pele: a libido
Mas a cidade é outra
Não lhe oferece caça
Que seu desejo satisfaça
Então lhe resta apenas
Achar um ser semelhante
Que aos seus ímpetos gulosos
Não ofereça resistência
Como fazia com os animais
De sua adolescência
Aninha é então achada
Jogada, inerte!
Na beira da calçada.
5 comentários:
Isto é verdade... A falta de caça...
Em Palmital, antigo distrito de Unaí, haviam dois puteiros. O prefeito moralista mandou fechar os dois. Os animais "homo sapiens" passaram a caçar as meninas, filhas dos cidadãos moralistas, por isso lá existem tantas mães solteiras e defuntos matados.
Ainda bem que fizeram uma Usina por lá e os puteiros voltaram...
Nossa, Vera... você consegue poetar até com esse assunto tão repugnante... a pedofilia.
Você é maravilhosa, parabéns.
No me gusta essa musca. Eu não sei cantar. Queria ouvir aquela assim: uou uou iê iê... sem você não sei vivê....
por isso peço que me escreva á á... uma carta meu amô ôôrrr. Meu coração está pediiiindo, volte logo por favô ô ôrrr...
(do ovelha)
Marieta, apesar disso aqui não ser rádio pra pedir música (kkkkkkkkkkkkk) to brincando viu?
Eu procurei o diacho da música e não encontrei, o que será que o povo tem contra o Ovelha hein?
Bom... se alguém ler e tiver me mande please!
Beijocas Maricota
Sensacional, Vera! Ótima colocação!
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