AUSÊNCIA*imagem - Saboreia-me a pele de Paulo Cesar Guerra
Carlos Drummond de Andrade
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
braços, que rio e danço e invento
exclamações alegres, porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Um comentário:
Sempre encontrando o poema certo para cada momento.
Essa é a Vera Luz.
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