quarta-feira, maio 16

DIAS RUINS

Acho incrível coisas que sabemos que vão chegar, reconhecemos os sintomas, mas não conseguimos nos desviar.

Estou num período assim, é muito ruim e estranho.

Já sinto sua presença há mais de 10 dias, um pouquinho por dia, ela vai chegando. Um choro sem motivo hoje, um mau humor amanhã, uma falta de ar, dor no peito.

Respiro fundo e tento mudar de atitude. No início consigo.

Hoje já está muito mais difícil, sinto as forças se acabando, sinto que me entrego aos poucos, rezo, peço forças, mas é tão difícil, tão complicado.

Pelo menos consigo avisar aos mais próximos para se prepararem, dias difíceis virão.

Consegui dobrar a troca de sono e hoje acordei cedo, arrumei a casa, já lavei uma parte da roupa, diz um almoço bem gostoso, apesar de que ele ainda nem acordou, vai esfriar tudo. Mas eu fiz copa de lombo frito, bananas empanadas, salada de chuchu, salada de alface, arroz fresquinho, feijão gostoso e suco de abacaxi.

Já fiz alguns pontos no meu tapete, mas a impaciência e ansiedade me tiraram do trabalho.

A vontade de deitar é muita, e dormir, dormir. Estou resistindo, mas sinto uma dor aqui no peito, vontade de chorar, uma tristeza tão grande e uma solidão assustadora.

Sei que tudo isso depende de mim e que não terei ninguém para me dengar, nem dar carinho e muito menos palavras de conforto, isso me faz tentar de tudo para passar essa crise mais rápido.

O bom desses períodos é que sempre algo eu acabo aprendendo. Na minha memória tem vindo flashes do passado onde eu me imaginava presa e precisava de todo modo me libertar, ir atrás da felicidade, achar um caminho.

Hoje eu sei que não se muda o destino, as coisas se repetem, se repetem e se repetem até você perceber que todos os caminhos te levam ao mesmo lugar. Aquele da partida.

Se estiver falando muitas besteiras me perdoem. É que tudo isso será importante que eu leia amanhã.

Talvez amanhã esta minha tristeza e solidão já não seja assim tão importante, quem sabe eu acorde melhor amanhã e esqueça tudo isso.

Só não esquecerei jamais aquelas pessoas que me entendem, me conhecem e sabem o momento certo de interferir. O que não consigo perdoar é a indiferença e o abandono.

Vera Vilela

7 comentários:

Marcia disse...

Tambem tenho esses dias..
São cinza, abafados, desconfortaveis e duram uma eternidade.
Mas passam e o dia surge de repente tão colorido, tão harmônico, leve, leve.
E a esperança volta.
Acho que temos esses dias para refletir e fazer um balanço de cada periodo de nossas vidas, fica mais fácil fazer iss quando sofremos, porque na alegria, nem lembramos de pensar.
beijos

parla marieta disse...

Vera, tudo é importante. Faz muito bem em desabafar. Tudo é importante, tudo é normal e acredito que a maioria das mulheres possa te entender.
Só não gosto que diga que não terá ninguém pra te dengar ou dizer palavras de conforto.
Nós que somos suas amigas e estamos longe, podemos não lhe abraçar, mas podemos lhe acarinhar e dar conforto com palavras. Mas que depende de você é certo.
Isso me tranquiliza, pois você faz tudo pra ficar bem. Você não é do tipo de pessoa que alimenta a tristeza e ou a depressão.
Mas esse seu sono exagerado eu não gosto. Acho que você deve procurar ajuda profissional.
No mais, amiga... estou aqui.
Beijos, beijos, beijos e melhore, viu?
(copa lombo? saladinha de chuchu? hum... que delícia...)

Vera Vilela disse...

Ah Marieta, você não tá na farofa, coitada de mim se não fosse os milhares de e-mails diários pra conversar comigo.
Te amo sempre e sempre!

Mixi, obrigada pelas palavras, tudo me faz bem, seu carinho também!

Unknown disse...

Olhe eu aqui...São dias difíceis não resta a menor dúvida,minha flor... dá um ponta-pé na tristeza e na solidão,todas as vezes que elas derem o ar da graça...pense....amanhã será outro dia e ele será maravilhoso,não os deixe entrar,tudo nessa vida passa,até eles então...bola p/frente vc sabe que sou sua puxa-saco,quer me dar um pouquinho da sua tristeza p/ dividir o peso.bjus. madazé.

Unknown disse...

Estou angustiado desde ontem quando li seu texto. Só agora tomei coragem de juntar-me às preocupações de seus (nossos) amigos. Queria muito, mas é difícil estar distante e não poder ir conversar sobre esses assuntos com você em algum "Vitória" do mundo. A solidão realmente nos abate. Mas tenho certeza que o dia de ontem já ficou para traz. Foi apenas mais um momento daqueles que a gente não consegue evitar. Conhecendo como conheço a sua fibra e a vontade de ser feliz e fazer feliz as pessoas que quer bem, acredito que você já tenha se levantado da cadeira, balançado a poeira e dado a volta por cima. Até já a vejo felicicinha de novo, apesar de ter tirado os zoinhos de japonesa do blog. Almejo e torço de todo o coração que este post vá encontrá-la refeita e pronta para enfrentar outras paradas. Temos muitos caminhos para trilhar pela frente, ainda. Vale a pena acreditar que o melhor está por vir. Fique forte, querida. Beijos.

Aristeu disse...

Você é muito sensível. Estou experimentando-te como escritora, mas o seu lado culinário também deve ser explorado. Só vou te dar uma luz: Se fizéssemos todos nós uma fila, de acordo com nossos problemas, tenho certeza que você estaria mais pro final da fila, pertinho de mim...

Vera Vilela disse...

Madazé, Aloisio, Aristeu.
Esses crises depressivas não são novidade, escrever me faz bem, como eu disse no texto, ainda não estou de toda perdida porque ainde sei reconhecer essas fases.
Logo,logo passa.
Obrigada pela amizade de vocês, beijos!