terça-feira, junho 5

O DESTINO DO RIO

O DESTINO DO RIO

O rio não se abala, não teme, segue sempre em frente.
Arrasta consigo árvores, areia, barranca, nem sente!

Não teme seu destino, sabe que o mar o espera,
Mas, continua correndo, ora frio, ora quente!

Não há tempo para que possa questionar a natureza.
Só sabe que precisa ir, impedi-lo? Nem tente

Tudo é rápido, vê passar: cidades, fábricas, estradas.
Vê também em sua margem, uma moça dormente!

A moça se banha e depois se deita para secar
O rio não sabe, mas é um hábito freqüente.

Ele segue, montanhas, fazendas, pastagens,
Nunca pára, aceita tudo, não se ressente.

Vai engolindo esgotos, lixos industriais, animais mortos,
Leva tudo e tenta sugar o ar para suas águas, inutilmente.

Enfim avista o destino final, um bocado de sal.
Entra e se expande, pode enfim morrer honradamente.

*Gazal de Vera Vilela

Um comentário:

Aristeu disse...

De rio a mar - uma viagem pela estupidez humana!