segunda-feira, janeiro 15

A VIDA NUMA CASCA DE NOZ


A VIDA NUMA CASCA DE NOZ
Ray Silveira


Nossos corpos são pedaços de estrelas:
Quantos dos nossos ossos
Teriam sido formados por Andrômeda?
Quanto do nosso cérebro teria
Os mesmos átomos
Dos outros astros desta Galáxia?
Trago na alma, concentrados,
(Tais quais numa estrela de nêutrons),
Todos os núcleos da tristeza.
Trago no peito sobressaltado
As cargas elétricas de um quasar,
A emitir radiações pulsáteis;
Amargas, angustiadas,
Somente perceptíveis
Pelo telescópio invisível da solidão.
Explosões de super-novas se sucedem
A cada momento que passa,
No meu coração ardente
De terror e de paixão.
Para povoar o meu futuro virtual
Há somente uma anã branca implodida;
E nenhuma réstia de luz escapou
Deste buraco negro que é a vida.

Mais um amigo que vem enfeitar o blog, obrigada Sil!

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